A cotonicultura cearense está vivenciando uma revolução, consolidada pelo laboratório de alta tecnologia do Centro Tecnológico da Cadeia Têxtil (CTCT), uma iniciativa da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) no valor de R$ 20 milhões. As análises iniciais revelam que o algodão cultivado nas regiões da Chapada do Apodi e Cariri possui qualidade semelhante à do egípcio, considerado o melhor do mundo.
Impulsionados pela iniciativa privada, que investe em tecnologia de tratamento de solo, sementes da Embrapa, irrigação por gotejamento e colheita mecanizada, o Ceará mostra índices de produtividade comparáveis às principais áreas de produção nacional. O CTCT concederá ao algodão cearense o Selo de Qualidade necessário para fomentar o cultivo empresarial no estado.
Duas notícias empolgantes emergem desse cenário: o algodão produzido pela Fazenda Nova Agro na Chapada do Apodi apresenta qualidade equivalente ao egípcio, conhecido por sua fibra longa e textura suave; na região do Cariri, as pequenas fazendas associadas à Associação dos Produtores de Algodão do Ceará (Apece) obtêm resultados semelhantes.
O exame laboratorial do CTCT da Fiec/Senai confirma a qualidade excepcional do algodão cearense, proporcionando um impulso significativo ao setor. Os investimentos realizados até agora são propícios para multiplicação, expansão da área cultivada e atração de novos investidores.
Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará, prevê que a área plantada de algodão no estado atingirá 5 mil hectares em três anos, destacando a contribuição inestimável do laboratório da Fiec para a cotonicultura cearense.
O empresário Raimundo Delfino, maior cotonicultor do Ceará, considera o CTCT o maior presente para a agroindústria algodoeira em décadas, indicando um futuro promissor para o setor. Delfino planeja ampliar seus investimentos para abastecer suas fábricas e, eventualmente, fornecer matéria-prima para concorrentes, eliminando a necessidade de importar algodão egípcio.
O laboratório do CTCT, aliado a práticas agrícolas modernas e tecnologia avançada, reaviva a cotonicultura cearense, que, nos anos 60 e 70, liderou a produção nacional antes de ser impactada pela praga do bicudo. Agora, renasce com qualidade comparável ao melhor algodão do mundo.