Agronegócio registra segundo melhor novembro da série histórica As exportações do agro brasileiro somaram US$ 13,4 bilhões em novembro, crescimento de 6,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O avanço foi impulsionado pelo aumento de 6,5% no volume embarcado, mesmo em um cenário internacional de preços moderados. O resultado consolidou novembro como o segundo melhor desempenho já registrado para o mês. De janeiro a novembro de 2025, as vendas externas do setor totalizaram US$ 155,25 bilhões, o maior valor histórico para o período e 1,7% acima do ano passado. O desempenho reforça o papel do agronegócio na ampliação da escala produtiva, na geração de renda e na movimentação de investimentos em diversas regiões do país. China lidera compras; mercados emergentes ampliam demanda China (US$ 52,02 bilhões, +10,0%), União Europeia (US$ 22,89 bilhões, +5,4%) e Estados Unidos (US$ 10,48 bilhões, –4,0%) continuaram como os principais destinos do agro brasileiro. Mercados emergentes também se destacaram pelo aumento das compras: Esse movimento indica uma expansão geográfica gradual das exportações brasileiras, fortalecendo a presença do país em diferentes regiões. Soja, carne bovina e café impulsionam crescimento Em novembro, três produtos tiveram desempenho expressivo: Tanto a carne bovina quanto o café registraram recordes históricos em valor exportado, enquanto o volume de carne bovina superou 318 mil toneladas — o maior já registrado para o mês. No acumulado do ano, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina (+18,3%), com receita de US$ 16,18 bilhões (+37,5%). Novos mercados impulsionam a carne bovina brasileira Países que abriram mercado em 2025 refletiram diretamente no aumento das exportações.A Indonésia habilitou 17 novas plantas frigoríficas e ampliou as compras em 579%.As Filipinas, que também autorizaram a entrada de novos produtos, aumentaram as importações em 35%. As habilitações reforçam a estratégia de abertura comercial adotada nos últimos anos, ampliando o alcance da carne brasileira no mercado global. Celulose, algodão e pulses também registram marcas históricas Outros segmentos tiveram desempenho robusto: As exportações de feijões e pulses também cresceram, sustentadas por aberturas de mercado desde 2023.O gergelim registrou recorde histórico: Abertura de mercados e ferramentas digitais ampliam oportunidades Desde 2023, o Brasil abriu 500 novos mercados para produtos agropecuários.Ferramentas como o AgroInsight, que já identificou mais de 800 oportunidades comerciais em 38 países, e a Caravana do Agro Exportador aproximam produtores e cooperativas do comércio internacional, especialmente pequenos e médios exportadores. Os resultados de novembro refletem esse esforço contínuo para expandir a presença brasileira no mercado global.
Governo renova incentivos e amplia apoio ao setor agroindustrial do Ceará
Medidas fortalecem produtores lácteos e agroindústrias impactadas pelo tarifaço dos EUA O Governo do Ceará anunciou, nesta sexta-feira (12), um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento do setor agroindustrial, com foco especial nos produtores lácteos e empresas afetadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo governador Elmano de Freitas durante evento realizado na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), em Fortaleza. As medidas incluem a renovação da isenção de ICMS para o setor lácteo, a prorrogação do Programa de Recuperação Fiscal (Refis 2025) e apoio emergencial para empresas exportadoras afetadas pelo aumento tarifário norte-americano. Incentivos fiscais para fortalecer a cadeia do leite no Ceará Um dos principais anúncios do evento foi a renovação, por mais um ano, da isenção total do ICMS para a cadeia láctea. A medida beneficia diretamente mais de 36 mil produtores e assegura competitividade ao setor, que é um dos mais tradicionais do agro cearense. O Ceará produziu 1,2 bilhão de litros de leite no último ano, consolidando a bovinocultura de leite como a maior cadeia produtiva do agronegócio estadual. A manutenção dos incentivos busca preservar a renda do produtor e garantir estabilidade ao mercado. Castanha e derivados também recebem isenção de ICMS Além do leite, o governador anunciou que o setor de derivados da castanha também receberá isenção de ICMS — demanda apresentada por representantes da cadeia produtiva. A medida deve ampliar a competitividade do Ceará no mercado nacional e favorecer empreendimentos da agricultura familiar e da indústria de processamento. Apoio às agroindústrias atingidas pelo tarifaço dos EUA O Governo do Ceará prorrogou por mais 60 dias o pacote de apoio às empresas cearenses afetadas pelo tarifaço norte-americano, que incide sobre produtos estratégicos para o Estado. O objetivo é manter empregos, preservar operações exportadoras e evitar retração da atividade econômica. As ações incluem: A medida foi construída em diálogo com a Fiec e a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec). Governo reforça parceria institucional com o setor produtivo Durante o evento, o governador destacou o ambiente de colaboração entre o Estado e o setor produtivo, ressaltando que os incentivos são fundamentais para manter o ritmo de crescimento econômico e preservar empregos no meio rural e industrial. O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, destacou a importância das ações para garantir estabilidade ao setor produtivo, especialmente em momentos de incerteza e oscilações externas que afetam diretamente o agronegócio e a indústria de processamento.
Bovinocultura no Ceará: Desafios e Caminhos para Evoluir
Assistência técnica e inovação impulsionam avanços na cadeia leiteira A bovinocultura no Ceará segue enfrentando desafios estruturais que impactam diretamente a produção de leite e carne no estado. No programa Panorama do Agro, especialistas destacaram gargalos, soluções técnicas e iniciativas que vêm fortalecendo a cadeia produtiva por meio de gestão, tecnologia e qualificação rural. Os custos de produção, a limitação climática e a dificuldade de manejo alimentar ainda dificultam a sustentabilidade econômica de pequenos e médios produtores. Alimentação é o principal gargalo da bovinocultura O melhoramento genético tem avançado dentro das propriedades, mas a alimentação permanece como o maior desafio. No semiárido, produzir volumoso de qualidade por longos períodos — muitas vezes mais de sete meses — é um obstáculo que reduz produtividade e encarece a operação. A alimentação insuficiente compromete tanto a quantidade quanto a qualidade do leite, dificultando o equilíbrio financeiro das pequenas propriedades. O papel da assistência técnica na superação de desafios A ausência de assistência técnica limita o avanço do produtor. Sem ferramentas de gestão, acompanhamento e tecnologia, a propriedade rural perde competitividade. O Senar já atende mais de 2.100 produtores distribuídos em 70 grupos, oferecendo assistência técnica e gerencial que ajuda o produtor a tratar a atividade como empresa: registrando dados, analisando números e tomando decisões com base em indicadores reais. Os resultados mostram evolução: jovens retornam ao campo, propriedades se profissionalizam e a atividade passa a ser vista como fonte de renda consistente. Tecnologia e genética aceleram o desenvolvimento da cadeia O Sebrae, em parceria com a FAEC, atua na qualificação dos produtores e na oferta de tecnologias de ponta. O programa FIVI Ceará democratizou o acesso ao melhoramento genético, permitindo que pequenos produtores utilizem embriões de alto padrão — reduzindo o tempo necessário para alcançar animais mais produtivos. A iniciativa acelera ganhos em produção e produtividade. Agregação de valor amplia renda nas propriedades Com maior tecnificação, muitos produtores começam a explorar a diversificação. O Sebrae incentiva a produção de derivados lácteos — como queijos, doces e produtos artesanais — reduzindo a dependência do preço do leite in natura. Queijos artesanais de regiões do interior chegam a atingir valores entre R$ 80 e R$ 130 o quilo, ampliando a renda e criando mercados diferenciados. Histórias que inspiram: a trajetória de Fábio Regis na fruticultura O programa também apresentou a história de Fábio Regis, fruticultor que transformou o modelo de produção familiar por meio de estudo, planejamento e orientação técnica. Sua jornada reforça o papel da gestão e da inovação na construção de negócios rurais mais competitivos. Assista ao programa completo a baixo: