O Brasil propõe fundo global de transição verde durante a COP30, sediada em Belém (PA). Como país anfitrião e presidente da conferência, o Brasil apresentou uma proposta inédita para financiar a transição energética e a agricultura de baixo carbono. Além disso, a iniciativa busca mobilizar recursos em escala mundial, fortalecendo os esforços de mitigação e adaptação climática. Dessa forma, o país reafirma seu papel de liderança no debate global sobre sustentabilidade. Brasil propõe fundo global de transição verde na COP30 A proposta brasileira tem um objetivo central: reunir recursos financeiros, tecnológicos e de capacitação para apoiar países vulneráveis na transição para uma economia de baixo carbono. Para alcançar esse propósito, o governo apresentou o plano “Roadmap de Baku a Belém”, que estabelece metas claras e mecanismos de cooperação internacional. O documento de 81 páginas delineia cinco eixos de ação — conhecidos como os “cinco Rs” — que servirão de base para a construção de políticas climáticas efetivas ao longo da próxima década. Além disso, o plano busca garantir transparência e previsibilidade no uso dos recursos, fatores essenciais para atrair o engajamento de governos e instituições financeiras. Mecanismo e fontes de financiamento climático Para viabilizar o fundo global de transição verde, o Brasil sugere a criação de novos instrumentos financeiros. Entre eles, destaca-se a possibilidade de uma taxa internacional sobre combustíveis fósseis. Essa medida, segundo o Itamaraty, ajudaria a reduzir emissões e redistribuir recursos em benefício dos países em desenvolvimento. Por outro lado, também estão em análise iniciativas privadas e multilaterais que poderiam somar esforços com o fundo. Assim, bancos de desenvolvimento e instituições financeiras internacionais seriam estimulados a adotar linhas de crédito verdes, com condições mais acessíveis e sustentáveis. Desse modo, a proposta reforça a necessidade de parcerias globais para transformar compromissos climáticos em ações concretas. Agricultura de baixo carbono como prioridade Outro ponto importante do fundo global de transição verde é o foco na agricultura sustentável. O Brasil defende que o setor agrícola deve ser parte ativa das soluções climáticas. Por isso, o país apresentou tecnologias e práticas já consolidadas, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), o plantio direto e a recuperação de pastagens degradadas. Essas iniciativas aumentam a resiliência dos sistemas produtivos, promovem o uso eficiente da terra e reduzem as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, ampliam a produtividade e fortalecem a segurança alimentar global — sem comprometer o meio ambiente. Brasil amplia ação interna com o Fundo Clima Em paralelo à proposta internacional, o Brasil anunciou a captação de R$ 8,84 bilhões para o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima). Esses recursos serão aplicados em energia renovável, transporte limpo e inovação ambiental. Assim, o país demonstra coerência entre seus compromissos globais e suas ações domésticas. Além disso, essa iniciativa reforça o papel do Brasil como exemplo de transição ecológica responsável e estratégica. Com isso, o país pretende mostrar que a cooperação internacional é mais efetiva quando cada nação também faz sua parte internamente. Expectativas para a COP30 em Belém O fundo global de transição verde é o ponto central das negociações da COP30. A expectativa é que a conferência resulte em acordos concretos de financiamento climático e direcione mais recursos aos países que enfrentam os maiores impactos ambientais. Belém foi escolhida como sede por representar o coração da Amazônia e simbolizar o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. Com isso, o Brasil busca transformar a COP30 em um marco histórico para a cooperação climática e o avanço da economia verde global. 📺 Comenta aqui, compartilhe e acompanhe tudo na TV Portal AgroMais!
Ceará Retoma Produção de Tilápia
O Ceará retoma produção de tilápia e projeta um novo ciclo de crescimento após anos de seca e queda naO Ceará retoma produção de tilápia e vive uma fase de recuperação após anos de seca e restrições hídricas. Com mais água nos açudes e investimentos públicos, o estado volta a se destacar na piscicultura nacional. Além disso, empresários do setor acreditam que 2026 marcará um novo ciclo de crescimento e exportações. Atualmente, o Ceará ocupa o 8º lugar entre os maiores produtores brasileiros de tilápia, com 14,5 mil toneladas em 2024 — um salto de 26,8% em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Esse avanço reflete o aumento da oferta hídrica e o fortalecimento de políticas de incentivo à aquicultura. Ceará retoma produção de tilápia e mira exportação Os piscicultores cearenses estão otimistas. Eles esperam boas chuvas e acreditam que o estado pode recuperar a liderança regional e retomar as exportações de tilápia em 2026. De acordo com Roberto Gradvohl, presidente da Câmara Setorial da Economia do Mar, o principal desafio é o fim do tarifaço, que taxa em 50% os pescados exportados para os Estados Unidos. “Esperamos o encerramento dessa tarifa. Se o inverno for bom, teremos mais espelhos d’água e uma produção recorde”, afirma o empresário. No último trimestre, a Embrapa Pesca e Aquicultura e a Peixe BR registraram queda de 32% nas exportações nacionais de tilápia devido ao tarifaço. Mesmo assim, o Ceará mostra resiliência e mantém a produção voltada ao mercado interno, onde o consumo segue em alta. Além disso, o estado aposta na diversificação. A pele da tilápia, por exemplo, vem sendo usada em pesquisas médicas e tratamentos de queimaduras, ampliando o valor agregado da cadeia produtiva. Produção cresce no Vale do Jaguaribe O Vale do Jaguaribe, especialmente as áreas próximas ao Açude Castanhão, é o principal polo da piscicultura cearense. Em Jaguaribara, a produção cresceu 35,8% em 2024, alcançando 8,74 mil toneladas, o que recolocou o município entre os 14 maiores produtores do Brasil. Esse resultado está diretamente ligado à recuperação hídrica e aos programas estaduais de incentivo. O projeto de “peixamento”, por exemplo, distribui alevinos em açudes públicos e garante alimento e renda a centenas de famílias. O secretário Oriel Filho, da Secretaria de Pesca e Aquicultura (SPA), destaca o apoio técnico oferecido aos pescadores. “Estamos em todas as regiões, ouvindo quem vive da pesca e promovendo capacitação técnica. Assim, fortalecemos toda a cadeia produtiva”, explica. BNDES e novo frigorífico impulsionam a aquicultura cearense Em 18 de novembro de 2025, o BNDES anunciou negociações para investir na construção de um frigorífico de pescado no Ceará. Esse projeto visa expandir a produção de tilápia e atender tanto à demanda interna quanto à exportação. Além disso, o novo frigorífico reduzirá custos logísticos e aumentará a competitividade regional. Com isso, o Ceará poderá processar e exportar sua produção com maior eficiência. Esse investimento reforça a estratégia de modernização da cadeia produtiva, consolidando o estado como referência em aquicultura sustentável e tecnológica. Portanto, a expectativa do setor é que o apoio financeiro acelere o crescimento e atraia novos mercados. Perspectivas para 2026: otimismo e sustentabilidade Os produtores apostam em um cenário promissor. A boa quadra chuvosa prevista e os novos investimentos públicos e privados devem ampliar a capacidade produtiva. Enquanto isso, a retomada das exportações, o avanço da tecnologia e o fortalecimento de programas sociais indicam que o Ceará retoma produção de tilápia com bases sólidas. Assim, o estado tende a recuperar sua relevância nacional, unindo tradição, inovação e sustentabilidade. 📺 Comenta aqui, compartilhe e acompanhe tudo na TV Portal AgroMais!