A ExpoNova movimenta o agro e se consolida como uma das principais vitrines do agronegócio nordestino. Realizada em Morada Nova, a 29ª edição da ExpoNova transformou o Vale do Jaguaribe no centro das atenções do setor. Logo no início do evento, a movimentação chamou atenção. Oficinas, palestras, exposições de animais e produtos locais encheram os espaços da feira. O público, formado por produtores rurais, empresários e visitantes, fortaleceu os laços entre inovação, tradição e economia regional. Durante a programação, a carreta Agro da FAEC recebeu dezenas de participantes. As oficinas abordaram práticas sustentáveis, técnicas produtivas e soluções acessíveis para o campo. No auditório, palestras provocaram reflexões e promoveram conexões entre os atores do agro. Além disso, o encontro do EPROCE — movimento representativo dos produtores do Ceará — reuniu lideranças estratégicas. O foco foi debater o futuro da produção agropecuária no Vale do Jaguaribe e fortalecer políticas públicas voltadas ao pequeno e médio produtor. Ao longo do evento, expositores de animais e empresas apresentaram inovações e fortaleceram a economia local. A presença da agricultura familiar e do artesanato regional deu ainda mais identidade à feira. Para 2026, a expectativa cresce. A Expoonova chega à sua 30ª edição e será celebrada junto aos 150 anos de Morada Nova. A organização promete uma edição histórica, ainda mais estruturada e representativa para o agro cearense. Por isso, a ExpoNova movimenta o agro e reafirma seu papel como agente de desenvolvimento regional. Quem viveu a edição deste ano sabe: o agro do Ceará pulsa forte. Veja a cobertura completa Assista à reportagem com Jakeline Diógenes no canal da TV Portal AgroMais.Comente, curta, compartilhe e inscreva-se para não perder os próximos episódios.Chama no agro e até a próxima!
Tarifa dos EUA sobre café
Nova tarifa dos EUA impacta comércio do café brasileiro A tarifa dos EUA sobre café brasileiro, imposta em 50% pelo governo Donald Trump, promete alterar profundamente a rota internacional do produto. O Brasil, maior exportador de café do mundo, é responsável por um terço do volume consumido nos Estados Unidos, movimentando US$ 4,4 bilhões em 12 meses. China ganha protagonismo nas exportações Ao mesmo tempo, o consumo de café cresce rapidamente na China. Jovens profissionais têm abandonado o chá tradicional em favor da cafeína. O Brasil exportou 538 mil sacas de café para a China somente no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Cecafé. Essa mudança de hábito impulsiona uma nova relação comercial entre os dois países, ambos membros dos BRICS. Rotas indiretas e novas estratégias logísticas Por consequência, exportadores brasileiros buscam alternativas logísticas para driblar a taxação. Enviar café para países intermediários antes dos EUA pode reduzir o impacto da tarifa para cerca de 15%, conforme análise de especialistas da AFEX Ltd. Além disso, a União Europeia surge como destino relevante. Sem aplicar tarifas ao café brasileiro, o bloco europeu pode absorver parte da produção redirecionada. Mercado americano sob pressão e custos elevados Enquanto isso, importadores norte-americanos aceleram embarques antes do prazo de isenção, que termina em 6 de outubro. Após essa data, os custos sobem e a concorrência por grãos da América Central e da África aumenta. Isso tende a elevar os preços globalmente e impactar o abastecimento das cafeterias e torrefadoras dos EUA. Cenário geopolítico influencia decisões comerciais De forma estratégica, analistas interpretam a tarifa como resposta política de Trump à diplomacia brasileira. A exclusão do café da lista de isenções indica possível retaliação às relações entre Lula e seus opositores. A medida também afeta a confiança comercial entre os países. Brasil ajusta sua liderança no mercado global Apesar do cenário, o Brasil continua fortalecido no setor. O redirecionamento para a China e União Europeia reforça a liderança brasileira no fornecimento global de café verde. Novas rotas surgem como oportunidade de reposicionamento internacional.
Sebrae Ceará – Estado sedia evento nacional
Evento impulsiona empreendedorismo no Ceará A princípio, o Ceará sedia evento nacional que promete movimentar o cenário do empreendedorismo entre os dias 4 e 9 de agosto de 2025. O Encontro Nacional de Cidades e Territórios Empreendedores, realizado pelo Sebrae Ceará, terá ações em Fortaleza e em municípios da região norte. Iniciativa fortalece territórios empreendedores Além disso, por meio da articulação entre gestores públicos, líderes locais e representantes do Sebrae de todo o país, o evento promoverá trocas estratégicas e construção de soluções para o desenvolvimento regional. O destaque é para o programa Cidade Empreendedora, estruturado em 10 eixos de atuação, como desburocratização, inovação e economia local. Atividades práticas integram a programação Durante seis dias, os participantes vivenciarão experiências práticas por meio de visitas técnicas e debates sobre políticas públicas, inclusão produtiva, turismo, bioeconomia e crédito. As atividades ocorrem em locais estratégicos como Sobral, Tianguá, Viçosa do Ceará, Ubajara e Jericoacoara. Interiorização é ponto-chave do evento Além de descentralizar os debates, o encontro busca reconhecer o potencial dos municípios no fomento ao empreendedorismo. Segundo o Sebrae, ambientes colaborativos e políticas públicas locais são essenciais para o sucesso dos pequenos negócios. Casos reais inspiram novas práticas A programação também prevê apresentações de experiências bem-sucedidas em setores como economia criativa, educação empreendedora e sustentabilidade. Essas iniciativas servem como referência para gestores e empreendedores de outras regiões. Saiba mais sobre o encontro Por fim, para conhecer a programação completa, acessar o site do Sebrae Ceará ou entrar em contato com os organizadores. O evento é gratuito, mas requer inscrição prévia.
Agroindústria do mel transforma setor produtivo no Sertão dos Inhamuns
Com apoio técnico e estratégico do Sebrae, apicultores da região estruturam agroindústrias, conquistam certificações e projetam o mel dos Inhamuns no mercado nacional e internacional Apicultores de Aiuba (Foto: Sebrae Ceará) Sob o calor do semiárido, entre a florada da aroeira, nasce uma das mais promissoras atividades produtivas da região dos Inhamuns, a apicultura. É a partir da organização dessa cadeia e da força das agroindústrias do mel que o território dá um salto de qualidade, agregando valor ao produto e promovendo desenvolvimento local com identidade. A região composta por municípios como Aiuaba, Tauá, Arneiroz, Quiterianópolis e Parambu viu crescer nos últimos anos a produção apícola e, principalmente, a estruturação das agroindústrias que processam, embalam e qualificam o mel. Esse avanço foi impulsionado por um conjunto de ações coordenadas pelo Sebrae Ceará, por meio do Escritório Regional dos Inhamuns, com foco em consultorias tecnológicas, regularização sanitária, certificações e acesso ao mercado. “Nosso trabalho vai além da produção. Ajudamos a transformar o mel em um produto com identidade, rastreabilidade e valor agregado. Investimos na legalização das casas de mel, na obtenção de selos de inspeção e na criação de novos canais de comercialização para os apicultores da região”, afirma Gina Sena, articuladora do Sebrae na região dos Inhamuns. O valor que vem da regularização Um dos principais desafios enfrentados pelas agroindústrias do mel no semiárido ainda é a ausência de estrutura adequada e a dificuldade de obter os selos sanitários exigidos por lei. Sem esses selos, como o SIM (Selo de Inspeção Municipal) ou o SIF (Selo de Inspeção Federal), os produtores ficam limitados a vender o mel a granel, com baixo valor de mercado. É para mudar esse cenário que o Sebrae atua diretamente na capacitação de apicultores e na adaptação das unidades de beneficiamento. A APMUT, Associação dos Apicultores do Município de Tauá, por exemplo, passou por um processo completo de reestruturação com apoio técnico da instituição. O resultado foi a conquista do Selo de Inspeção Federal, um marco que abriu portas para a comercialização em larga escala. Hoje, com instalações adequadas, rotulagem padronizada e manual de boas práticas em vigor, a associação projeta ampliar suas vendas para outros estados e países. Esse salto também impulsionou a criação de uma cooperativa que busca novos mercados e oportunidades para os produtos derivados da apicultura. Da colmeia para o mundo As casas de mel estruturadas nos Inhamuns vão muito além do processamento. Elas são o elo que liga o trabalho das abelhas ao mercado consumidor, traduzindo o esforço do campo em um produto competitivo. Com o apoio do Sebrae, os apicultores da região conquistaram a Indicação Geográfica (IG) para o Mel de Aroeira dos Inhamuns, um reconhecimento que certifica a origem e as qualidades únicas do produto. Com a IG e o SIF em mãos, os apicultores começaram a exportar para o mercado da Suíça. O sonho e o trabalho agora são para a conquista da certificação orgânica e a venda do mel polifloral para a Europa e os Estados Unidos. Essa internacionalização da agroindústria é fruto direto da qualificação técnica e do apoio estratégico recebido. “Quando a agroindústria é organizada e legalizada, o produtor deixa de vender o mel como matéria-prima e passa a vender um alimento nobre, com rótulo, origem e história. Isso muda a lógica de renda, de mercado e de futuro”, reforça Gina Sena. Boa parte das agroindústrias da região está vinculada a associações locais, como a Associação dos Apicultores de Aiuaba. Essa estrutura coletiva tem se mostrado essencial para viabilizar investimentos e garantir a regularização dos empreendimentos. O caso da APIMAI, Associação dos Apicultores do Mel de Aroeira dos Inhamuns, é outro exemplo. Com o suporte do Sebrae, a entidade se tornou referência na organização da cadeia e na busca por certificações. “A gente recebeu uma visita técnica do Sebrae para nos auxiliar numa consultoria. Nós já estávamos buscando por isso, então nós abraçamos essa oportunidade. Transformamos os desafios em novas conquistas, e o Sebrae foi quem nos ajudou nessa virada de chave”, conta Cleide Fernandes, apicultora de Aiuaba. A agroindústria do mel nos Inhamuns mostra que é possível promover desenvolvimento econômico com respeito à cultura, ao território e ao meio ambiente. Com o apoio do Sebrae, a região transforma o “ouro líquido” da caatinga em ferramenta de inclusão produtiva, geração de renda e projeção territorial. “O que está sendo construído no Sertão dos Inhamuns é um modelo de desenvolvimento baseado na vocação regional e na qualificação das pessoas. A apicultura e suas agroindústrias nos mostram que é possível transformar o que já existe em oportunidades reais de crescimento”, conclui Gina Sena.
Cooperativismo no Ceará: União que Fortalece o Agro e Transforma Realidades
Em um estado marcado pela força da agricultura familiar e pelos desafios climáticos do semiárido, o cooperativismo tem se mostrado uma das mais poderosas ferramentas de desenvolvimento rural sustentável no Ceará. Mais do que um modelo econômico, é um movimento de união, solidariedade e construção coletiva — que gera renda, promove dignidade e amplia oportunidades para os produtores cearenses. Números que comprovam o impacto O cooperativismo no Ceará tem apresentado crescimento sólido, especialmente no setor agropecuário:• 129 cooperativas ativas no estado, de diversos ramos.• 145.475 cooperados em 2024.• 11.477 empregos diretos gerados por cooperativas cearenses.• R$ 6,82 bilhões em receita total, com R$ 250,4 milhões em sobras distribuídas (aumento de 228% em relação a 2023).• No ramo agropecuário, são 41 cooperativas, com 4.162 cooperados, mais de 500 empregos diretos e R$ 362,7 milhões em faturamento em 2024.Fonte: Sistema OCB/CE – AnuárioCoop 2024 ⸻ Principais Benefícios do Cooperativismo no Agro Cearense O cooperativismo é essencial para pequenos e médios produtores, pois:• Garante escala de compra de insumos e venda da produção, melhorando o poder de negociação.• Possibilita o acesso a mercados institucionais, como o PNAE (merenda escolar) e o PAA (aquisição de alimentos).• Promove solidariedade e confiança entre os produtores, criando redes de apoio no campo. As cooperativas cearenses geram milhares de empregos diretos, além de:• Movimentar economias locais em cidades médias e pequenas.• Reinvestir as sobras (lucros) nos próprios cooperados e nas comunidades.• Contribuir para fixar o homem no campo, combatendo o êxodo rural. O Sistema OCB/CE e a Ematerce vêm atuando para:• Capacitar cooperativas na gestão contábil, financeira e organizacional.• Oferecer assistência técnica rural especializada, por meio de programas como o Projeto São José e ATER Sustentável.• Fomentar boas práticas agrícolas, agroecologia, produção orgânica e certificação. Nos últimos anos, cooperativas cearenses têm:• Participado de eventos como a Naturaltech (SP), levando produtos como mel, cajuína vegana, doces artesanais, frutas e geleias regionais.• Estabelecido contratos com redes varejistas, supermercados e feiras interestaduais.• Estreitado parcerias com empresas, ONGs e o poder público para ampliar acesso a mercados e valorizar a produção local. As cooperativas vêm incentivando a participação feminina e jovem na gestão e produção rural, criando:• Programas de liderança e empreendedorismo rural.• Projetos voltados à juventude do campo, para garantir renovação geracional no agro. ⸻ Casos de Sucesso no Ceará • Coopavic (Viçosa do Ceará): referência em produção de hortifrutigranjeiros e beneficiamento.• Coopercentro (Centro-Sul): fortalece pequenos agricultores com comercialização conjunta e projetos sustentáveis.• Coopamab (Maciço de Baturité): destaque em agroecologia e exportação de derivados do mel.• Municípios como Tauá já compram 97% da merenda escolar via agricultura familiar, beneficiando diretamente os cooperados locais. ⸻ O que dizem os produtores “Antes da cooperativa, eu vendia meu produto na feira e era explorado por atravessador. Agora, ganho melhor, tenho apoio técnico e posso planejar meu futuro com mais segurança.”— Francisco das Chagas, agricultor familiar e cooperado no Sertão Central ⸻ Desafios e Oportunidades Apesar dos avanços, ainda há desafios a superar:• Baixa capitalização e necessidade de linhas de crédito cooperativo.• Necessidade de modernização da gestão de algumas cooperativas.• Baixa integração entre as cooperativas cearenses. Oportunidades:• Criação de centrais de cooperativas (intercooperação).• Fortalecimento de agroindústrias cooperativas locais.• Parcerias com instituições de ensino, Sebrae, Senar e Embrapa para inovação e tecnologia. ⸻ Conclusão O cooperativismo no Ceará é um pilar de resistência e prosperidade no campo. Ele transforma vidas, amplia horizontes e consolida o agro como motor de desenvolvimento local e regional. Ao investir em cooperativas, o Ceará investe em gente, em dignidade e em um futuro mais justo para quem alimenta o Brasil. Cooperar é o caminho. E no agro cearense, essa estrada já começou a ser pavimentada com união, trabalho e esperança. Diego Trindade é produtor rural, advogado e coordenador do EPROCE. Diretor do Portal AgroMais, também é fundador das iniciativas Agro no Ponto e Agro Otimista, que fortalecem a imagem e os valores do setor. Nesta coluna, compartilha informações exclusivas sobre projetos, acordos e inovações que impulsionam o agro. Pós-graduado em Direito Ambiental e Agrário (PUC/SP), tem MBA em Economia e Gestão de Negócios (FGV/SP) e LL.M. em Finanças (INSPER/SP). Já atuou no Comitê Tributário da Sociedade Rural Brasileira e foi conselheiro titular do CONAT/CE.