Brics exige US$ 1,3 trilhão até a COP30 A princípio, o Brics cobra financiamento climático de US$ 1,3 trilhão até a COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). A demanda foi apresentada durante a cúpula do bloco, realizada no Rio de Janeiro. Países desenvolvidos são alvo de críticas Para começar, os países integrantes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – destacaram a baixa ambição dos países ricos. Segundo o grupo, as nações industrializadas não cumpriram os compromissos assumidos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa até 2020. Revisão das metas climáticas é urgente Logo após, o Brics reforçou a necessidade de revisar metas climáticas com base na equidade. O grupo defende que os países ricos assumam a liderança no financiamento climático, especialmente para mitigar os efeitos da crise nos países em desenvolvimento. Recursos devem ser acessíveis e justos Além disso, os líderes ressaltaram que os fundos devem ser acessíveis, preferencialmente baseados em doações e instrumentos de crédito misto. O apoio precisa alcançar diretamente as comunidades locais, sem agravar o endividamento dos países receptores. Propostas incluem novo fundo florestal Com esse foco, o bloco sugeriu a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. A proposta visa reforçar a preservação e o reflorestamento de biomas tropicais, com participação multilateral. Mercado de carbono como estratégia de transição Adicionalmente, o Brics defendeu o fortalecimento do mercado de carbono. Esse instrumento pode impulsionar a participação do setor privado e acelerar a transição global para uma economia de baixo carbono. Brics rejeita medidas protecionistas ambientais Contudo, o bloco criticou barreiras comerciais justificadas por critérios ambientais unilaterais. Segundo os líderes, medidas como rastreabilidade obrigatória e taxas de carbono comprometem a competitividade dos países emergentes. Financiamento climático exige compromisso global Por fim, o Brics afirmou que o financiamento climático deve ser compartilhado de maneira justa e proporcional. A COP30 será uma oportunidade decisiva para validar esse pacto climático internacional.
Tecnologias no campo: UFC mostra avanços para a produção rural
O 11º Dia do Produtor Rural, realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou a importância das tecnologias no campo como fator decisivo para a evolução do agro cearense. Desde o início, ficou evidente a força da ciência aplicada no cotidiano do produtor. Com mais de 135 participantes de 20 municípios, o evento bateu recorde de presença e trouxe soluções acessíveis e sustentáveis para o setor. Estações práticas com foco nas necessidades do campo Além disso, a programação incluiu quatro estações temáticas. Cada uma foi desenvolvida com base nas sugestões de produtores que participaram de edições anteriores. Por isso, os temas abordaram demandas reais: mecanização dos sistemas produtivos, aproveitamento de resíduos na avicultura, nutrição de pequenos animais adaptados ao Nordeste e uso de alimentos alternativos na produção de ruminantes. Conexão direta entre universidade e produtor Sobretudo, o evento promoveu o diálogo entre os estudantes da UFC e os produtores rurais. Essa troca permitiu alinhar teoria e prática, aproximando a pesquisa da realidade do campo. Nesse sentido, a Enzotec Júnior, empresa júnior de Zootecnia, foi responsável pela organização. Os estudantes envolvidos destacaram a importância de entender as dores do agro para oferecer soluções reais no futuro. Perspectivas para 2026: mais inovação e sustentabilidade Pensando no futuro, os organizadores já planejam a 12ª edição. O evento acontecerá no dia 21 de agosto de 2026, com expectativa de receber 250 produtores. Com isso, a UFC planeja ampliar o impacto das tecnologias no campo, trazendo novos temas como reprodução animal e estratégias para redução dos impactos ambientais. Iniciativas como essa transformam o agro Sem dúvida, eventos como o Dia do Produtor Rural demonstram o potencial da universidade como ponte entre conhecimento e prática. A adoção de tecnologias sustentáveis fortalece o agro e gera resultados concretos para quem vive da terra. Assista ao programa completo e comente no canal da TV Portal AgroMais no YouTube.
Plano Safra: O que realmente muda na vida do produtor rural?
Com a divulgação do novo Plano Safra 2025/2026, muito se fala sobre cifras bilionárias, juros, incentivos e sustentabilidade. Mas, na prática, o que isso tudo representa para quem está no campo, enfrentando sol, chuva, incertezas de mercado e altos custos de produção? O que é o Plano Safra? O Plano Safra é o principal programa de financiamento da produção agropecuária brasileira. Criado pelo governo federal, ele disponibiliza crédito rural com juros controlados para pequenos, médios e grandes produtores, além de linhas específicas para cooperativas, agroindústrias e projetos de inovação e sustentabilidade. Ele é lançado anualmente, geralmente entre junho e julho, e define os recursos e condições de financiamento que estarão disponíveis ao longo de um ano agrícola (de julho até junho do ano seguinte). Por que o Plano Safra é tão importante para o produtor rural?1. Acesso ao crédito com juros mais baixos:Em um cenário de juros altos no mercado financeiro, o Plano Safra garante financiamento com taxas de juros reduzidas, o que permite ao produtor investir em tecnologia, insumos, maquinário e infraestrutura com menor custo.2. Estabilidade e previsibilidade:Com a publicação das regras e limites de financiamento, o produtor pode planejar melhor a sua safra, calcular custos e definir estratégias com mais segurança. Isso dá fôlego para enfrentar as oscilações do mercado.3. Inclusão de pequenos e médios produtores:Programas como o Pronaf (para a agricultura familiar) e o Pronamp (para o médio produtor) oferecem condições diferenciadas, subsidiadas, estimulando o fortalecimento da base do agro brasileiro.4. Incentivo à sustentabilidade:O Plano Safra tem, cada vez mais, reservado parte dos recursos para práticas sustentáveis. Isso não só estimula uma produção mais responsável, como também abre portas para o produtor acessar mercados internacionais cada vez mais exigentes.5. Fomento à inovação:Com linhas voltadas à digitalização, agricultura de precisão e bioinsumos, o programa incentiva o produtor a modernizar sua propriedade, aumentar a produtividade e reduzir custos a longo prazo. Impactos reais na vida de quem produz• O produtor consegue financiar sementes, fertilizantes e defensivos com prazo e condições que não encontraria no sistema bancário tradicional.• Investimentos em silos, tratores, irrigação e energia solar tornam-se viáveis e menos arriscados.• Cooperativas e agroindústrias acessam crédito para beneficiar a produção local, agregar valor e gerar mais renda no campo. Desafios e pontos de atenção Embora o Plano Safra seja um avanço, há desafios: o acesso ao crédito ainda é burocrático, muitos produtores não têm assistência técnica para elaborar projetos e, em alguns casos, os recursos se esgotam rapidamente, principalmente em regiões onde a demanda é maior. Além disso, o volume de recursos precisa acompanhar o aumento dos custos de produção. Um Plano Safra bilionário não significa, necessariamente, que todos terão acesso fácil e justo ao crédito. Conclusão O Plano Safra não é apenas um anúncio técnico ou uma disputa política por protagonismo. Para o produtor rural, ele representa a chance de plantar com mais segurança, colher com mais eficiência e garantir o sustento da sua família — e do país. Por isso, entender o que ele oferece e como acessá-lo é essencial para transformar o campo num ambiente mais produtivo, sustentável e competitivo.