Uso estratégico de fungicidas começa pelo entendimento do modo de ação Fungicidas: prevenir ou curar? Essa é uma dúvida comum entre produtores que buscam proteger suas lavouras de forma eficiente. No entanto, compreender o modo de ação do fungicida é o primeiro passo para garantir bons resultados no campo. Compreender o tipo de fungicida faz toda a diferença Antes de tudo, é essencial saber que existem fungicidas com diferentes funções. Por exemplo, as estrobilurinas atuam de forma preventiva. Elas funcionam melhor quando aplicadas no início do ciclo da cultura, principalmente em condições ambientais favoráveis ao surgimento de doenças. Quando há sintomas, escolha um fungicida curativo Por outro lado, os triazóis são indicados para aplicações curativas. Eles oferecem controle mais eficaz quando há sintomas iniciais ou uma pressão moderada da doença. Portanto, entender o momento certo de aplicação evita desperdícios e aumenta a eficiência do manejo. Alternar ativos é essencial para evitar resistência Além disso, a rotação de ingredientes ativos é fundamental. Essa prática reduz o risco de resistência dos patógenos e garante maior durabilidade dos produtos. Conforme destaca o agrônomo Felipe Rios Ignácio, a alternância é uma estratégia indispensável. Calda correta e clima adequado aumentam a eficiência Ainda assim, aplicar a dose recomendada não basta. É preciso ajustar o volume da calda, garantir boa cobertura foliar e respeitar o intervalo entre aplicações. Além disso, condições climáticas e o estado fisiológico das plantas interferem diretamente nos resultados. Conclusão: o manejo é a chave do sucesso Por fim, vale reforçar: o uso eficiente de fungicidas exige planejamento, conhecimento técnico e acompanhamento constante. Como afirma o especialista: “Produto não faz milagre, mas o manejo certo faz diferença no talhão.”
Consumo Global de Café
Demanda global por café se mantém firme, mesmo com preços elevados O consumo global de café segue resiliente, apesar da alta histórica nos preços registrada em fevereiro de 2025 na bolsa ICE. O cenário surpreendeu executivos das maiores tradings do mundo, que participaram do Coffee Dinner & Summit, em Campinas (SP), nesta semana. Apesar dos recordes, consumo não caiu como o esperado Para começar, muitos especialistas esperavam uma retração acentuada. Em fevereiro, a cotação ultrapassou os 400 centavos de dólar por libra-peso. Ainda assim, a demanda se manteve estável. Segundo Teddy Esteve, diretor da divisão de café da Ecom Agroindustrial, o consumo global de café surpreendeu positivamente. Além disso, novos mercados mantêm o ritmo de crescimento De acordo com Esteve, países asiáticos puxam a expansão do mercado. Mesmo diante de preços elevados, o consumo na Ásia cresce e aponta para o futuro do setor. Isso mostra que o café mantém um espaço sólido nos hábitos de consumo. Por outro lado, logística ainda interfere na leitura dos dados No mesmo painel, Nicolas Tamari, CEO da Sucafina, destacou os desafios logísticos. Segundo ele, essas barreiras dificultam uma análise mais precisa da demanda global. No entanto, a estimativa se mantém em 174 milhões de sacas de 60 kg ao ano. Ainda assim, as projeções continuam otimistas Além das dificuldades, Tamari prevê um crescimento anual de 1% no consumo. A projeção indica uma recuperação moderada, porém constante, mesmo com oscilações no preço do produto. Finalmente, a safra brasileira contribui para equilíbrio do mercado Com a chegada da safra brasileira, os preços começaram a recuar. Atualmente, operam próximos a US$ 3/libra-peso — ainda elevados, mas mais sustentáveis. O Brasil, como maior produtor global, exerce forte influência sobre a estabilidade do setor.
Compreendendo alguns indicadores de desempenho financeiro
Ao Longo desses últimos dias, muitos leitores vêm me enviando solicitações sobre qual indicador de desempenho melhor pode sinalizar a situação financeira de uma empresa. Minha resposta, até de forma redundante, tem sido a de que, um indicador financeiro apenas, não pode lhe conduzir a uma base confiável para tomada de decisões. O correto é se fazer uma composição de indicadores que melhor se ajustem ao ponto que se quer avaliar. Tomar apenas um indicador para se estabelecer um parâmetro de eficiência financeira, é muito arriscado e não recomendado. Trago hoje, uma breve explicação sobre alguns dos indicadores que podemos utilizar para compor uma base de análise das nossas empresas. São eles: São os índices que demonstram como está o nível de dívidas da empresa, capazes de apontar, se este endividamento está seguro ou já apontando risco. Seguem alguns: 1.1. (PCT) Participação de Capital de Terceiros O PCT representa como está a participação do capital proveniente de recursos externos, que a empresa vem utilizando para a manutenção das suas atividades operacionais. Quanto maior o resultado deste indicador pior. Seu valor representa quanto a empresa possui de capital de terceiros para cada unidade aplicada de capital próprio. 1.2. Dívida Líquida sobre EBITDAUtilizado para entender como está a capacidade de solvência da empresa. Representa a capacidade que a empresa possui em pagar suas dívidas com base em seus lucros operacionais. OBS: Dívida Líquida = Dívida Total – Disponibilidade de Caixa 1.3. (IPL) Imobilização do Patrimônio LíquidoUtilizado para se entender a estrutura de capital de uma empresa. Relação entre o capital próprio e o de terceiros. Quanto menor o seu valor melhor, pois o Patrimônio Líquido serve basicamente para a formação do Ativo Circulante, de maior liquidez, e do Ativo Permanente. Se a empresa vem gastando mais recursos no Ativo Permanente, ela tenderá a necessitar de capital de terceiros (dívidas) para a manutenção das suas atividades diárias. 1.4. (EG) Índice de Endividamento GeralDemonstra qual a proporção do Ativo Total da empresa é financiada por capital de terceiros. Quanto maior for o seu resultado, maior será a dependência financeira. Importante salientar que se o retorno dos Ativos superar o custo do endividamento, pode a ter ser interessante elevar este índice, pois a empresa estará pagando juros menores do que o retorno da aplicação desse capital em seus ativos. Para que o EG esteja em um bom nível de alavancagem, o capital de terceiros precisa estar inferior aos ativos totais. 1.5. (IRPL) Imobilização de Recursos a Longo PrazoDemonstra o quanto de recursos de longo prazo e do Patrimônio Líquido, a empresa aplica no seu imobilizado. Quanto maior o indicador, maior serão as dificuldades em honrar os compromissos. O ideal é que o imobilizado seja igual ou inferior ao valor do exigível de longo prazo. Servem para demonstrar o retorno financeiro dos investimentos de uma empresa. Em resumo, apontam a presença ou a ausência de lucro. Seguem alguns dos principais: 2.1. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) Este indicador expressa a capacidade que a empresa tem de gerar lucro a partir dos recursos próprios. Quanto maior for o seu resultado, melhor. ROE negativo indica que a empresa não apresentou lucro e corroeu o patrimônio. 2.2. Retorno sobre Investimentos (ROI)Exprime o retorno financeiro de um investimento. De forma simples, este indicador demonstra aponta o quanto a empresa ganha ou perde para cada real que aplica. 2.3. Retorno sobre os Ativos (ROA)Este indicador mede o qual a empresa é eficiente em gerar renda com seus ativos. 2.4. Margem de Lucro LíquidoRepresenta a porcentagem de lucro líquido que uma empresa obtém em relação a sua receita. 2.5. Margem de Lucro BrutoIndica quanto a empresa ganha de lucro a cada venda realizada. 2.6. EBITDATambém conhecido como LAJIDA (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações). Serve para avaliar uma empresa pela sua capacidade de geração de caixa. 2.7. Margem EBITDAIndica a lucratividade operacional da empresa. São utilizados para se verificar como está a capacidade financeira da empresa para cumprir com as obrigações compreendidas no passivo circulante. Seguem alguns dos principais: 3.1. Liquidez Corrente Caso seu resultado seja superior a 1, indica que a empresa possui um capital de giro positivo. 3.2. Liquidez SecaÉ importante que seu resultado seja superior a 1. Demonstra a capacidade que a empresa possui de cumprir com suas obrigações no curto prazo, retirando do cálculo os estoques. 3.3. Liquidez ImediataPrecisa ser maior do que 1. São os recursos aos quais uma empresa pode recorrer imediatamente, como o caixa, o saldo bancário e às aplicações financeiras de liquidez imediata, como seu nome indica. 3.4. Liquidez GeralImportante que seja maior do que 1. Mede a capacidade que a empresa possui de liquidar suas obrigações de curto e longo prazos. Trouxe aqui alguns indicadores que podem lhes ajudar a acompanhar seus negócios. Importante salientar que apenas um indicador não é o suficiente para traçar um panorama minimamente confiável sobre sua empresa, é preciso a conjunção de alguns para essa medição. Sobre o AutorFabiano Mapurunga é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Finanças pela Unifor, Pós-Graduado em Gestão de Negócios pelo INSPER, MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV, MBA em Agronegócios pela USP/ Esalq e Graduado em Administração de Empresas pela UFC. Possui experiência de 23 anos na área de Finanças Corporativas. Atualmente trabalha com inovação e consultoria financeira para empresas nacionais, além de se dedicar a novos negócios e investimentos. É professor universitário em cursos de Pós Graduação e autor de vários artigos.