Recuperação nos Preços do Milho no 3º Trimestre e Impactos no Mercado De acordo com o relatório Agro em Dados, publicado em dezembro pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo de Goiás, as condições climáticas favoráveis em 2024 impulsionaram a semeadura e o desenvolvimento do milho de 1ª safra. Goiás e os estados do Sul do Brasil foram beneficiados por chuvas regulares e bem distribuídas, proporcionando um cenário otimista para a produção. A estimativa para a safra de verão em Goiás indica um crescimento de 1,8% em produção e produtividade em comparação à safra anterior. Até o início de dezembro, 49,0% da área prevista para o cultivo já havia sido plantada no estado, um avanço expressivo frente aos 23% registrados no mesmo período de 2023. No cenário nacional, o plantio alcançou 65,1% da área, com destaque para o Sul do Brasil, onde as atividades estão praticamente concluídas. Recuperação de Preços e Contexto do Mercado Interno No terceiro trimestre de 2024, os preços do milho registraram uma leve recuperação, após a forte desvalorização ocorrida no ano anterior devido ao excesso de oferta. Em novembro, o preço da saca atingiu o maior valor do ano, marcando um aumento de 21,7% em relação a novembro de 2023. Apesar dessa valorização, o mercado internacional demonstrou retração. As exportações brasileiras de milho caíram 24,2% em outubro, enquanto Goiás registrou uma redução menor, de 3,8%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Essa desaceleração é atribuída ao aumento da demanda interna, especialmente impulsionada pela crescente produção de etanol à base de milho. Milho no Setor Energético e Coprodutos Conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) 2024, o milho tem se consolidado como uma matéria-prima estratégica na produção de etanol. Desde 2021, sua participação na fabricação do biocombustível vem crescendo, alcançando 16% em 2023. Além disso, o processamento do milho para etanol também resulta na produção de coprodutos, como óleo de milho e DDGS, que contribuem para a rentabilidade do setor. Com as perspectivas favoráveis para a safra de verão e o fortalecimento do mercado interno, o milho segue como um elemento chave para a economia agrícola brasileira, mesmo em um cenário de desafios para o mercado internacional.
Queda no Preço do Trigo em Chicago: Saiba Mais
Mercado de Trigo: Quedas em Chicago e Cenário Global De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou a última sessão em queda nos principais contratos, refletindo ajustes pré-feriado nos Estados Unidos. O contrato de março do trigo brando SRW, relevante para exportadores brasileiros, registrou um recuo de -1,02% (-5,50 cents/bushel), encerrando a US$ 535,00. O contrato de maio também caiu -0,95%, fechando a US$ 545,75. No trigo duro HRW, negociado em Kansas, a retração foi de -1,09%, cotado a US$ 545,00, enquanto o trigo HRS de Minneapolis recuou -1,01%, terminando em US$ 589,50. Na Europa, o trigo para moagem em Paris teve queda de -0,32%, finalizando a € 231,25 por tonelada. Cenário Global: Estabilidade e Leves Altas Apesar das quedas em Chicago, o mercado global apresenta preços relativamente estáveis, com algumas altas localizadas. O trigo hard americano subiu para US$ 252/t, enquanto o trigo soft alcançou US$ 235/t. Já o trigo argentino com 11,5% de proteína está cotado a US$ 231/t no mercado oficial, com preços livres girando em torno de US$ 226/t. O trigo francês avançou para US$ 244/t, enquanto o russo permanece estável a US$ 235/t FOB no Mar Negro, mas chega a US$ 275/t em Kaliningrado. O trigo ucraniano, com 11,5% de proteína, está a US$ 225/t, e o romeno 12,5% a US$ 235/t. Mercado Físico e Expectativas para 2024/25 No mercado físico da safra 2024/25, os preços seguem estáveis. Em Up River, o trigo para dezembro está sendo negociado a US$ 226/t, subindo gradativamente para US$ 231/t em março, acompanhando as projeções para a nova safra. A competitividade continua alta, influenciada pela robusta oferta global e pelas variações cambiais. As próximas semanas devem trazer maior clareza sobre os rumos do mercado, especialmente após a normalização das atividades nas principais bolsas internacionais. O cenário exige atenção dos agentes para possíveis mudanças nas tendências globais.