Para fortalecer a agricultura familiar e garantir a segurança alimentar da população, o Governo do Ceará assinou, nesta quarta-feira (27), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, oito contratos com cooperativas do estado. A ação faz parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA Leite), desenvolvido em parceria com o Governo Federal, que conta com um investimento de R$ 12,3 milhões e beneficiará 260 mil pessoas em 134 municípios cearenses. A vice-governadora Jade Romero destacou a relevância do programa para os produtores locais e as comunidades mais vulneráveis. “O PAA Leite é fundamental para os nossos agricultores e para quem mais precisa no Ceará. Somamos R$ 19 milhões já investidos, e agora mais R$ 12 milhões. Esse programa não só apoia quem está em situação de maior necessidade, como também oferece aos produtores a oportunidade de comercializar seus produtos, fruto do esforço e dedicação do povo cearense”, afirmou. Os contratos firmados nesta ocasião garantem a continuidade do programa em 2024. Neste ano, já foram distribuídos 8.277 litros de leite caprino e 6.279.130 litros de leite bovino para 2.154 entidades socioassistenciais, abrangendo 134 cidades do estado. Participando remotamente, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, reforçou o compromisso do Governo Federal com o PAA Leite. “Celebramos os avanços deste programa, que integra o Ceará Sem Fome e o Brasil Sem Fome. Vamos seguir trabalhando juntos para combater a fome e fortalecer essa iniciativa”, disse. O PAA Leite é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, em parceria com o Governo do Ceará. O programa visa complementar a alimentação de famílias em situação de vulnerabilidade social ou insegurança alimentar, distribuindo leite de forma gratuita. O secretário de Desenvolvimento Agrário, Moisés Braz, enfatizou o impacto do programa. “O PAA representa um grande avanço para o estado, gerando renda no interior e incentivando o crescimento da segunda maior bacia leiteira do Brasil. O governador Elmano de Freitas está comprometido em manter e ampliar essa iniciativa, junto aos produtores e cooperativas”, destacou. Além do Governo do Estado e do MDS, o programa conta com a colaboração da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), do Instituto Agropolos, da Ematerce, do Consea, de cooperativas, associações e prefeituras municipais.
Aumento da População de Capivaras no Ceará Coloca o Agro em Risco
Crescimento das Capivaras Ameaça Agricultores no Ceará Na cidade de Acarape, as capivaras, grandes roedores herbívoros que vivem em grupos, causaram sérios prejuízos ao destruírem uma plantação de cana-de-açúcar. Já em Maranguape, agricultores estão abandonando o cultivo de milho, feijão, sorgo, cana e até capim para alimentação do gado devido à invasão desses animais. O problema, que já ganha proporções alarmantes, foi detalhado por um produtor rural de Acarape, cuja fazenda teve o canavial devastado. Ele planejava usar a colheita para produzir cachaça artesanal. “Este ano, não haverá cachaça porque as capivaras destruíram toda a plantação. Felizmente, tenho estoque suficiente para este ano, mas a partir de janeiro pretendo plantar novamente, pelo menos para começar as sementes”, comentou em áudio compartilhado em uma rede social voltada a agricultores. Esse produtor, que se apresenta como “empresário rural com CNPJ, certificado pelo Ministério da Agricultura, assistido pelo Sebrae-CE e participante da Pecnordeste”, também relatou seus esforços para proteger a propriedade. “Estamos reforçando as cercas para tentar barrar as capivaras. Já temos trechos com quase 20 fios de arame e estacas colocadas a cada 30 centímetros. Ainda assim, elas encontram outras maneiras de entrar. Estamos aprendendo a conviver com essa situação”, afirmou, mostrando otimismo em relação a 2025. Enquanto isso, em Maranguape, a situação é igualmente crítica. Um agricultor local relata que muitos produtores desistiram de plantar devido à dificuldade de lidar com as capivaras. “Nas propriedades com açudes, a população de capivaras só aumenta. E o que nos preocupa ainda mais é o que a lei diz: se você matar uma capivara, comete crime ambiental e penal, já que isso indica a posse de arma de fogo”, explica. Além disso, ele destaca um agravante: a presença de armas na zona rural pode atrair facções criminosas. “Se as facções souberem que você tem arma, podem invadir sua propriedade, roubar e até cometer algo pior caso haja resistência. Estamos em uma situação sem saída: se tentamos proteger, somos penalizados; se não protegemos, perdemos tudo. É o famoso ‘se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come’”, lamenta. Foto: Kílvia Muniz / SVM