No Mato Grosso, a colheita da segunda safra de milho avança intensamente, com aproximadamente 76% dos 6,94 milhões de hectares já colhidos. Paralelamente, inicia-se a preparação dos armazéns para a secagem, estocagem e escoamento da nova produção. No entanto, esse processo fundamental enfrenta dificuldades devido à baixa eficiência e lentidão dos secadores tradicionais, o que leva ao acúmulo da colheita e a longas filas de caminhões aguardando para descarregar. Após a colheita, é crucial que o milho passe por uma secagem rápida e eficaz para preservar sua qualidade. Reduzir a umidade dos grãos para entre 12% e 14%, como exige o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), é essencial. Com um bom planejamento e cuidados adequados, é possível reduzir em até 6% as perdas dentro da propriedade. Especialistas apontam que o milho recém-colhido apresenta umidade entre 18% e 30%, o que conserva sua qualidade nutricional, mas também o torna suscetível ao desenvolvimento de patógenos caso não receba o tratamento correto. Uma nova tecnologia, desenvolvida por um pesquisador brasileiro, permite uma secagem cinco vezes mais rápida, mantendo a integridade dos grãos. “Nosso método aquece os grãos com múltiplos fluxos de ar, eliminando rapidamente a umidade interna sem que o interior aqueça ou queime. Isso proporciona uma secagem uniforme e eficiente”, explica Otalício Pacheco da Cunha, diretor da Dryeration, empresa que há mais de quatro décadas fabrica secadores de grãos. Além de promover uma secagem homogênea, a tecnologia da Dryeration aumenta a eficiência e a lucratividade do processo, cuidando também do meio ambiente. “Nossa inovação oferece alta eficiência térmica e energética, reduzindo até 10 pontos de umidade por hora, eliminando emissões de fumaça e preservando a qualidade do grão, que permanece sem odores e com alta palatabilidade, favorecendo ganhos de peso na nutrição animal”, enfatiza Otalício. Outro diferencial é a versatilidade dos equipamentos da Dryeration, que se adaptam tanto a grandes produções quanto a volumes menores. “Criamos uma solução que atende às necessidades do produtor, independentemente do porte da operação, com modelos que vão de 20 a 500 toneladas por hora”, finaliza Otalício.
Mesmo com Redução nas Exportações, Preço do Milho Sobe 36% no Brasil em 2024
De acordo com uma análise de mercado realizada pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o preço do milho no Brasil apresentou uma forte valorização em outubro de 2024. No Rio Grande do Sul, o cereal fechou a última semana do mês cotado a R$ 65,50 por saca, refletindo um aumento de 22,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando estava a R$ 53,47. Em outras regiões do país, o preço do milho variou entre R$ 49,00 e R$ 72,00 por saca, patamares bem superiores aos valores de R$ 36,00 a R$ 55,00 observados no ano anterior, com aumentos regionais que chegam a 36%. Na B3, os contratos futuros próximos do milho, em 30 de outubro, estavam entre R$ 73,15 e R$ 76,77 por saca, superando os valores de R$ 59,44 a R$ 66,59 vistos em outubro de 2023. Ainda segundo o relatório da CEEMA, esse movimento de valorização acontece apesar da queda nas exportações brasileiras. Dados da Secex mostram que as exportações nas primeiras semanas de outubro foram 30,1% menores em relação ao mesmo período do ano anterior, com a média diária exportada reduzida para 281.042 toneladas, em comparação com outubro de 2023. A Anec prevê que o mês termine com um total exportado de 5,92 milhões de toneladas.