As exportações brasileiras de carne suína alcançaram um marco histórico em agosto de 2024, registrando 118,1 mil toneladas, o segundo melhor resultado mensal da história do setor. Isso representa um crescimento de 4,7% em comparação com o mesmo período de 2023. A receita em dólares também foi expressiva, somando US$ 276,3 milhões, o que significa um aumento de 9,1%, sendo o melhor desempenho já registrado para um mês de agosto. Em reais, o faturamento chegou a R$ 1,534 bilhão, um salto de 23,4% em relação ao ano anterior, consolidando o sucesso das exportações brasileiras. No acumulado entre janeiro e agosto de 2024, o Brasil exportou 870,2 mil toneladas de carne suína, um aumento de 7,7% em comparação ao mesmo período de 2023. Embora a receita em dólares tenha sofrido uma leve queda de 1,6%, totalizando US$ 1,885 bilhão, em reais houve um crescimento de 3,1%, alcançando R$ 9,888 bilhões. Esse desempenho destaca a resiliência do setor, com o Brasil ganhando novos mercados e fortalecendo sua posição global. Um dos destaques de agosto foi o aumento significativo das exportações para as Filipinas, que se tornaram o principal destino da carne suína brasileira, com 28 mil toneladas, um crescimento expressivo de 80%. A China, tradicionalmente o maior comprador, ficou em segundo lugar, com 16,3 mil toneladas, representando uma queda de 46%. Outros mercados que se destacaram foram o Chile, com 12,3 mil toneladas (+48%), Hong Kong, com 9,5 mil toneladas (+5%), e o Japão, que teve um crescimento impressionante de 170%, totalizando 8,1 mil toneladas. De acordo com Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), esse resultado reflete o fortalecimento da posição do Brasil em mercados estratégicos, como Filipinas, Chile e Japão. “O Brasil tem expandido sua presença global, principalmente em um contexto de redução das exportações da União Europeia, o principal exportador de carne suína do mundo. O crescimento das exportações para o Japão é especialmente relevante, já que esse mercado exige produtos de alto valor agregado”, explica Santin. O diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, também reforçou o otimismo do setor: “Os números de agosto, que marcam o segundo melhor resultado da história, somam-se ao desempenho recorde de julho e indicam que 2024 pode ser um ano de novo recorde absoluto nas exportações de carne suína.” O desempenho do setor reflete uma combinação de fatores, incluindo a diversificação dos mercados internacionais, a qualidade do produto brasileiro e a capacidade de adaptação do setor às mudanças na demanda global, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores de carne suína no mundo.
Queda nas Reprovações de Equipamentos de Proteção Individual Agrícolas no Brasil
O programa IAC-Quepia anunciou a realização da reunião anual do Consórcio Internacional de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura, que acontecerá de 23 a 25 de outubro em Louveira, São Paulo. Este evento contará com a participação de 40 especialistas de 18 países e será a primeira vez que o Brasil sediará o encontro, coincidindo com a celebração dos 10 anos do Consórcio. Sob a coordenação de Hamilton Ramos, o programa IAC-Quepia é uma colaboração entre o setor empresarial e o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do Instituto Agronômico (IAC), com foco na elaboração de diretrizes para reduzir os riscos de exposição a produtos químicos nas pequenas propriedades agrícolas. O principal objetivo do Consórcio é a prevenção da exposição dos trabalhadores rurais a pesticidas, com ênfase nas propriedades que utilizam pulverizadores costais e semiestacionários. Com 17 anos dedicados à pesquisa em Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) agrícolas, o IAC-Quepia vem destacando a relevância desses dispositivos para garantir a segurança dos trabalhadores no campo e a aplicação adequada de agroquímicos usados no combate a pragas, doenças e ervas daninhas. Segundo Hamilton Ramos, o evento reunirá especialistas de diversos países, representantes de empresas e órgãos oficiais do setor, tanto do Brasil quanto do exterior. “Será um momento para fazer um balanço das atividades do Consórcio desde sua criação e traçar novas estratégias para lidar com os riscos químicos na agricultura de maneira integrada e sustentável.” Os participantes também terão a oportunidade de realizar visitas técnicas para conhecer importantes iniciativas brasileiras, como os treinamentos promovidos pelo Programa Aplique Bem e as atividades desenvolvidas no laboratório de pesquisa e desenvolvimento do IAC-Quepia. Ramos destacou ainda que os avanços nas pesquisas conduzidas pelo IAC-Quepia têm resultado na redução significativa das reprovações de qualidade dos EPIs agrícolas fabricados no Brasil, que caíram de 80% em 2010 para menos de 20% nos dias atuais. Essa melhoria reflete o compromisso do programa com a segurança e a eficiência no uso dos EPIs no setor agrícola, fortalecendo a proteção dos trabalhadores e elevando os padrões de qualidade dos equipamentos fabricados no Brasil.
Alerta de Calor: Termômetros Passam de 40°C e Risco de Incêndios Continua Alto
De acordo com o meteorologista Gabriel Rodrigues, do Portal Agrolink, esta semana será marcada pela continuidade de uma intensa massa de ar quente e seco sobre o interior da América do Sul. Esse fenômeno está gerando grande preocupação nas áreas centrais do Brasil devido aos níveis críticos de umidade relativa do ar, que estão extremamente baixos, e ao alto risco de incêndios florestais. O cenário de calor extremo é acompanhado de temperaturas elevadas em todo o Sul do Brasil, embora as manhãs sejam mais frescas nas áreas litorâneas do Sudeste e Nordeste, especialmente em estados como Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Essa variação térmica é comum em períodos de transição climática, mas a previsão de calor continua dominante em grande parte do país. Massa de Ar Quente e Risco de Incêndios Nas regiões centrais, as temperaturas variam entre 38°C e 41°C, com a umidade do ar atingindo níveis críticos abaixo de 10%. Essas condições aumentam substancialmente o risco de incêndios florestais, especialmente em áreas com vegetação seca. “O ambiente está extremamente propício para a rápida propagação de focos de incêndio, o que exige cautela das autoridades e da população”, alerta Gabriel Rodrigues. A combinação de altas temperaturas e umidade baixa cria um cenário preocupante para o controle de queimadas. Frente Fria no Extremo Sul Apesar da situação seca predominante, uma frente fria avança pelo extremo sul da Região Sul, trazendo chuvas isoladas para áreas como o Sudeste do Rio Grande do Sul. No entanto, a quantidade de chuva é mínima, com acumulados abaixo de 10 mm. Essa frente fria tende a perder força já no início da semana, sem previsão de avanço para outras regiões mais ao norte. Além disso, há chances de precipitação no litoral do Nordeste, principalmente em áreas da Bahia e no SEALBA (Sergipe, Alagoas e Bahia). As chuvas serão esparsas, geralmente durante a madrugada, movidas por ventos úmidos vindos do oceano. Entretanto, os volumes também serão baixos, com acumulados inferiores a 10 mm. Expectativas para o Final do Mês Para o final de setembro, as previsões meteorológicas indicam uma mudança climática mais favorável, com aumento do volume de chuvas em áreas agrícolas importantes, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Caso essa previsão se confirme, as condições serão ideais para o início da semeadura da soja, com o plantio ocorrendo dentro da janela climática recomendada para o desenvolvimento saudável das plantas. Gabriel Rodrigues aconselha os produtores a monitorarem de perto as previsões de curto prazo para otimizar o uso da umidade do solo. Importância do Plantio Direto O plantio direto continua sendo uma técnica altamente recomendada, pois protege o solo das temperaturas extremas e ajuda a preservar a umidade. A cobertura vegetal no solo é uma estratégia eficaz para garantir uma germinação uniforme, mesmo que ocorram períodos secos após as chuvas esperadas nas próximas semanas. Esse panorama climático destaca a importância de práticas agrícolas sustentáveis e de uma vigilância constante, tanto no controle de incêndios quanto no planejamento do plantio, em um Brasil que enfrenta desafios constantes com as variações climáticas.
Mercado de Feijão em Alta com Seca Impactando o Sul
Segundo o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE), o mercado de feijão tem mostrado uma performance robusta no final de agosto e início de setembro. As vendas estão dentro das expectativas, com uma tendência positiva para o setor, especialmente para o Feijão-carioca, que tem mantido um volume de vendas consistente e promissor. Esse cenário é ainda mais notável se comparado ao ano passado, quando o Feijão-preto e o Feijão Caupi estavam com preços inferiores ao Feijão-carioca. Hoje, a demanda está estável, e os preços competitivos beneficiam os produtores que ainda possuem estoques ou aguardam colheitas nos próximos dias. Por outro lado, a situação é preocupante na região Sul do Brasil, onde a seca prolongada está afetando seriamente os agricultores. Apesar de o plantio ter sido iniciado, muitos produtores tiveram que interromper as atividades devido à falta de chuvas. As previsões meteorológicas indicam que as precipitações podem ocorrer de forma esparsa apenas no próximo fim de semana, gerando apreensão entre os agricultores. A ausência prolongada de chuvas não só prejudica o desenvolvimento das plantas, mas também pode impactar significativamente a produtividade da safra, evidenciando a dependência das condições climáticas para o sucesso da agricultura. Essa disparidade entre o crescimento positivo no mercado de feijão e as dificuldades enfrentadas pelos agricultores no Sul do Brasil ilustra bem a complexidade do setor agrícola. Enquanto produtores de outras regiões se beneficiam de condições favoráveis de mercado, os agricultores do Sul lidam com os desafios impostos pelas adversidades climáticas. Para garantir uma produção sustentável e lucrativa, será fundamental que o setor adote estratégias de adaptação às variações meteorológicas e uma gestão eficiente dos recursos disponíveis.
Abacate Brasileiro Conquista Mercado Japonês
O Brasil acaba de conquistar uma nova abertura comercial, recebendo autorização para exportar abacate da variedade Hass para o Japão, um dos mercados mais rigorosos e exigentes em termos de qualidade e segurança alimentar. Essa conquista representa uma oportunidade significativa para o agronegócio brasileiro, que poderá expandir suas exportações e diversificar as frutas disponíveis no mercado japonês, aumentando a presença de produtos brasileiros nesse cenário. De acordo com o Ministério da Agricultura (MAPA), o Japão foi o quarto maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023, com um volume total de US$ 4,1 bilhões em produtos exportados. Em 2024, até o mês de julho, o país asiático já havia importado US$ 1,71 bilhão em produtos agrícolas brasileiros, dos quais US$ 3,29 milhões correspondem ao segmento de frutas, evidenciando o potencial para crescimento das exportações de abacate. O abacate Hass, em particular, é uma variedade bastante apreciada no mercado internacional devido à sua textura cremosa, sabor suave e propriedades nutricionais. Com essa nova abertura, produtores brasileiros poderão ampliar suas exportações e se beneficiar da alta demanda por frutas saudáveis e nutritivas no Japão. O mercado japonês, conhecido por sua exigência em relação à qualidade e padrões fitossanitários, representa um desafio, mas também uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro demonstrar sua capacidade de atender a esses critérios. Essa conquista reforça a importância do Brasil como um grande exportador agrícola e a capacidade do país de abrir novos mercados internacionais, fortalecendo ainda mais o papel das frutas brasileiras na economia global. Além disso, a entrada do abacate brasileiro no Japão também poderá impulsionar investimentos em infraestrutura e tecnologia agrícola, aumentando a competitividade do setor e gerando mais oportunidades para os produtores.