A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou de maneira positiva as decisões tomadas para a agropecuária durante a Conferência de Mudanças Climáticas de Bonn, na Alemanha. Essas medidas são fundamentais para viabilizar ações de mitigação e adaptação que serão discutidas na 29ª Conferência das Partes (COP29), em novembro deste ano, no Azerbaijão. Rodrigo Lima, consultor de sustentabilidade da CNA, destacou que a versão preliminar do texto da conferência apresenta pontos positivos, como a oportunidade para os países inscreverem e apresentarem projetos agrícolas, financiamentos específicos para enfrentar mudanças climáticas e a criação de fóruns de discussão a partir de 2025 sobre ações climáticas na atividade agropecuária. “Um dos resultados importantes foi a criação do portal de Sharm El-Sheikh. Este portal será um espaço dentro da convenção para reunir projetos e ações de agricultura. O Plano ABC + poderá ser inscrito nesse portal, aumentando sua visibilidade na agenda climática global. Essa decisão é crucial para consolidar as iniciativas do Brasil nesse contexto”, ressaltou Lima. Ele também enfatizou o aspecto estratégico do financiamento para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas na agricultura. “O secretariado da convenção produzirá relatórios anuais sobre o financiamento dessas ações, o que ajudará a entender como financiar mais efetivamente as iniciativas agrícolas”, explicou. Outro ponto relevante destacado por Lima foi a realização de workshops para discutir as ações climáticas na agricultura. “Esses fóruns serão essenciais para debater a adoção de práticas de agricultura de baixo carbono. Isso permitirá ao Brasil mostrar suas iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e implementar o Código Florestal como partes fundamentais de sua estratégia climática”, afirmou. A assessora técnica da CNA, Amanda Roza, ressaltou que o Trabalho Conjunto de Sharm El-Sheikh proporciona maior preparo técnico e previsibilidade para as agendas das COP29 e COP30, facilitando as negociações com o governo brasileiro para alcançar resultados significativos em termos de política ambiental. A participação da CNA na construção do Grupo de Sharm El-Sheikh, que substituiu o Grupo de Koronivia, foi fundamental para discutir como a agropecuária pode inovar e adotar tecnologias, aumentar a produtividade, promover práticas de adaptação e resiliência dos sistemas produtivos, além de abordar questões como assistência técnica e financiamento dentro das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). As decisões tomadas pelo grupo funcionam como preparação técnica e implementação de agenda para as Conferências das Partes. Este ano, a COP29 será realizada em novembro em Baku, Azerbaijão, e deve também orientar as discussões para a COP30, em 2025, em Belém (PA). A Conferência de Bonn reúne negociadores de países para debater políticas e ações relacionadas ao combate às mudanças climáticas, contando com a participação ativa do setor privado e da sociedade civil para enriquecer as discussões.
CNA e Faec Lançam Projeto RetifiCAR para Regularização Ambiental no Ceará
Brasília (11/06/2024) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), com apoio da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), lançaram na terça-feira (11) o projeto RetifiCAR no estado. O evento, realizado na sede da Faec em Fortaleza, contou com a presença do presidente da Faec, José Amílcar de Araújo Silveira, da coordenadora do RetifiCAR na CNA, Claudia Mendes, do superintendente do Ibama Ceará, Deodato Ramalho, da superintendente adjunta da Semace, Virgínia Carvalho, da representante do Serviço Florestal Brasileiro, Marcela Eberius Mendonça, e dos presidentes de sindicatos de produtores rurais, Francisco José de Souza e Francisco José de Lemos. O projeto tem como objetivo orientar produtores rurais dos municípios de Cascavel, Chorozinho, Horizonte, Maranguape e Pacajus na retificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “É um projeto importante e uma força-tarefa que envolve não apenas o Sistema CNA, federações e sindicatos rurais, mas também o órgão ambiental do estado”, explicou Claudia Mendes. José Amílcar de Araújo Silveira destacou a relevância do projeto para regularizar os cadastros e permitir que os produtores rurais acessem todos os benefícios previstos. “Nesses cinco municípios temos mais de 10 mil propriedades e nenhum CAR homologado, então é um bom momento para ajudarmos o produtor rural do Ceará, e a CNA será uma grande parceira.” O RetifiCAR visa fortalecer os sindicatos rurais no apoio aos produtores que precisam concluir o processo de regularização ambiental de suas propriedades conforme o Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012). Claudia Mendes enfatizou que o projeto também busca fortalecer a comunicação com os produtores para que entendam os benefícios da retificação. “Manter o cadastro ativo é importante não apenas para cumprir a legislação, mas porque o CAR é essencial para os produtores acessarem políticas públicas como crédito rural e outros mercados para seus produtos.” Atualmente, o Ceará possui 377.281 cadastros realizados, dos quais 5.034 já tiveram a análise do CAR concluída. O Projeto RetifiCAR também está presente em Minas Gerais e Rondônia e será lançado ainda em junho no estado de Goiás.
Na OIT, CNA Destaca Importância do Investimento no Agro para Segurança Alimentar, Empregos e Redução de Desigualdades
Brasília (12/06/2024) – Durante a sessão plenária da 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira, ressaltou que investir na agropecuária é crucial para garantir a segurança alimentar, gerar empregos decentes e reduzir desigualdades sociais no Brasil. A CNA lidera a delegação de empregadores na conferência, que acontece até 14 de junho em Genebra, Suíça. Representando o presidente da CNA, João Martins, Gedeão Pereira destacou os desafios enfrentados pelo mercado de trabalho brasileiro e a taxa de desemprego, que caiu de 14,7% em 2020 para 7,8% em 2023. Gedeão também abordou a questão da informalidade, que ainda afeta quase 40% dos trabalhadores, e a necessidade de melhorar a produtividade. Ele enfatizou que, sendo o Brasil um país continental, a qualificação e inserção profissional exigem políticas robustas e adaptadas às necessidades regionais e setoriais. O vice-presidente destacou o papel crucial do Sistema “S” na qualificação profissional no Brasil. Essa rede de serviços sociais autônomos, financiada por contribuições do setor produtivo, oferece desde educação básica até treinamento técnico especializado, desempenhando um papel essencial no desenvolvimento social e profissional. Gedeão mencionou o trabalho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece assistência técnica, treinamento, educação, gestão e tecnologia de ponta aos trabalhadores e produtores rurais. “Essa formação contribui para a qualificação da mão de obra rural, a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida no campo. E o melhor de tudo, é 100% gratuita”, afirmou. Ele também ressaltou a importância de reconhecer e valorizar o papel dos produtores rurais como agentes de transformação e desenvolvimento, lembrando que o setor rural emprega 27% dos trabalhadores brasileiros e oferece oportunidades em diversas etapas das cadeias produtivas agrícola e pecuária. Gedeão reforçou que “investir na agropecuária é investir não apenas na segurança alimentar, mas também na geração de empregos decentes e na redução das desigualdades sociais em nosso país”. Como presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Gedeão lembrou o momento difícil enfrentado pelo estado devido às enchentes de maio, que causaram mortes e deixaram milhares de pessoas desabrigadas e desempregadas. Ele enfatizou a importância da colaboração entre governo, iniciativa privada e sociedade civil na reconstrução. Gedeão finalizou seu discurso expressando a expectativa de que a conferência seja um espaço de diálogo e cooperação, permitindo a troca de experiências e a busca de soluções inovadoras para promover o desenvolvimento sustentável do trabalho no Brasil e no mundo. “Ao investir no agronegócio e no setor rural, estamos investindo na segurança alimentar e no futuro de todos os setores econômicos presentes nessa conferência, e é para isso que a CNA trabalha”, concluiu. Na noite anterior (11), a CNA organizou um jantar para receber representantes dos empregadores, trabalhadores e governo brasileiro. Gedeão agradeceu a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, dos presidentes de federações estaduais de agricultura, confederações patronais e parlamentares, destacando a importância da colaboração entre empresários e trabalhadores para o desenvolvimento econômico do Brasil.