Com o intuito de estruturar medidas eficazes para apoiar o setor do agronegócio no Rio Grande do Sul, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, conduziu uma videoconferência com representantes do cooperativismo agrícola gaúcho nesta quarta-feira (8). A reunião contou ainda com representantes de todas as secretarias do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O ministro Fávaro salientou que o encontro visa reunir informações e propostas em conjunto para a formulação de medidas precisas. “A Esplanada dos Ministérios está inteiramente focada em buscar soluções para o Rio Grande do Sul. Vamos trabalhar em conjunto”, afirmou Fávaro. “Estamos aqui para que vocês relatem as questões do cooperativismo e nos apresentem sugestões. Levaremos para a equipe econômica para análise e ajuste. Estamos unidos neste momento desafiador”. Durante a conversa, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância de fortalecer o cooperativismo na região e ressaltou que grande parte do cooperativismo agropecuário brasileiro tem suas raízes no Rio Grande do Sul. Ele também enfatizou a importância do diálogo. “Precisamos buscar soluções e construir juntos. Estamos aqui para discutir as possibilidades. Queremos desenvolver um conjunto de soluções”, disse o presidente da OCB. O presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, propôs medidas para fortalecer e oferecer oportunidades aos produtores e cooperativas. “Precisamos de uma mudança estrutural para recapitalizar os produtores e proporcionar oportunidades para retomarem a produção. Apresentamos propostas para reestruturar as dívidas e revitalizar as cooperativas. São sugestões para o crescimento sustentável das cooperativas do Rio Grande do Sul”. O ministro Fávaro informou que o Mapa enviou uma proposta ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para suspender por 90 dias os pagamentos das dívidas dos produtores rurais do Rio Grande do Sul, com possibilidade de prorrogação. Além disso, o ministro comunicou que o Governo Federal está preparando uma Medida Provisória (MP) para permitir a importação de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), visando evitar especulações financeiras e estabilizar os preços do produto em todo o país. Fávaro enfatizou que a medida não afetará os agricultores brasileiros, pois o produto importado será destinado apenas a pequenos mercados locais. O ministro do Mapa também defendeu a criação de um fundo de aval para viabilizar a obtenção de crédito pelos produtores afetados. “A solução é o fundo garantidor, semelhante ao utilizado no Pronamp (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) durante a pandemia. Onde o poder público garante as operações, possibilitando assim o acesso ao crédito pelos produtores”.
CNA busca ampliar representatividade feminina no Congresso
A chefe da Assessoria de Relações Institucionais (ARI) da CNA, Mírian Vaz, apresentou ao grupo um plano com as principais iniciativas e proposições da pauta prioritária das mulheres, tanto no Congresso quanto no Executivo. “Nosso objetivo é estabelecer parcerias estratégicas com parlamentares e ministérios para fortalecer a presença feminina”, afirmou. Entre as ações previstas pela Assessoria está a articulação para aprovação de proposições no Congresso que promovam a atividade rural das mulheres, a elaboração de pareceres técnicos sobre projetos de lei da pauta prioritária da comissão e o agendamento de reuniões com legisladores para apresentar as demandas das mulheres. Mírian destacou que 30 parlamentares, entre deputadas e senadoras, estão envolvidas com a pauta feminina no Congresso. Segundo ela, é crucial fortalecer o relacionamento com esse grupo. Alguns dos projetos de lei prioritários para as mulheres incluem o PL 308/2022, que estabelece políticas de valorização da mulher rural, e o PL 2501/2020, que trata de incentivos de crédito para mulheres do campo que atuam como microempreendedoras. Outro foco da atuação da Assessoria de Relações Institucionais em relação à pauta das mulheres é nos órgãos do poder Executivo. A assessora Luana Medeiros explicou que foi realizado um levantamento nos ministérios dos programas e projetos que podem envolver a Comissão das Mulheres e possíveis parcerias com a CNA. “Existe uma janela de oportunidades para as mulheres porque as pautas de gênero têm avançado significativamente”, afirmou Luana. Mírian sugeriu que a comissão da CNA identifique os temas de interesse das mulheres para serem trabalhados em âmbito federal, estadual e municipal. A presidente da comissão, Stéphanie Ferreira, explicou que esse levantamento será feito com as participantes e nos estados para ser entregue à ARI. A reunião também abordou o progresso das ações nas Comissões Estaduais de Mulheres do Agro. As presidentes das comissões nas Federações de Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep) e do Piauí (Faepi) apresentaram as iniciativas em parceria com os sindicatos rurais e ressaltaram o aumento da participação feminina nas comissões locais.
Impacto dos temporais no RS pode elevar preços dos alimentos
O Rio Grande do Sul enfrenta um período difícil, marcado por dezenas de mortes e uma devastação sem precedentes. Os temporais que assolam o Estado desde a semana passada têm deixado milhares de pessoas e animais em situação de desamparo. Além das consequências humanas e ambientais, que exigem atenção imediata para salvar vidas e restaurar a normalidade, a catástrofe certamente terá repercussões econômicas tanto no Rio Grande do Sul quanto no país. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima perdas econômicas, incluindo efeitos sobre os consumidores devido à possível pressão nos preços, especialmente dos alimentos. Todos os setores serão afetados, desde o comércio e serviços até a indústria e o agronegócio. É importante ressaltar que ainda é cedo para avaliar completamente a extensão dos danos. ALIMENTOS MAIS AFETADOS Itens como arroz e derivados do leite devem sofrer aumento de preço devido à catástrofe. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país, e embora mais de 80% da safra tenha sido colhida, ainda não é possível determinar se os estoques foram afetados ou quanto da safra restante foi perdida. Há incertezas também sobre a logística do produto devido às restrições nas rodovias. A produção de leite também será impactada pela perda de vacas e pastagens, além do risco de os animais consumirem água de qualidade comprometida devido às condições atuais. Frutas como uva, pêssego e maçã, tradicionais na região, podem ter sua produção e escoamento prejudicados devido à interdição de estradas danificadas ou ocupadas por veículos de socorro. Isso deve agravar a alta nos preços desses produtos, que já estava em curso desde o ano passado, em decorrência de outros fatores climáticos. Quanto às hortaliças, a expectativa é de escassez nos estabelecimentos durante algumas semanas. A paralisação da indústria local pode afetar o suprimento de várias outras indústrias que dependem de matérias-primas como o aço. O turismo também será impactado, com o Aeroporto Internacional Salgado Filho fechado até o final do mês e voos cancelados, afetando uma parte significativa do fluxo de passageiros no país. A magnitude desse evento pode ter consequências econômicas graves para o estado e para o país, cujos impactos ainda serão avaliados nos próximos meses.