O avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) está se tornando indispensável em diversos setores, e no agronegócio, em particular, sua implementação tem se destacado por otimizar processos, aumentar eficiência e reduzir custos. Em 2023, o investimento em IA atingiu a marca de 1,7 bilhão de dólares, com uma previsão de crescimento para aproximadamente 4,7 bilhões de dólares até 2028, conforme estudo da Statista. Essa tendência foi discutida durante o painel “Construindo o Amanhã: Inovações Tecnológicas que Moldarão o Mercado”, promovido pela consultoria de tecnologia keeggo, no evento de 30 anos da empresa. A aplicação da IA no agronegócio tem proporcionado benefícios significativos, com parte dos agricultores investindo em conectividade para utilizar sistemas de gestão. Essas tecnologias permitem decisões mais informadas, como a aplicação precisa de insumos em áreas específicas, reduzindo custos e minimizando impactos ambientais. Alexandre Stephan, Partner da SP Ventures, destaca que isso é evidente no entendimento e combate a pragas, exemplificando a aplicação de químicos somente onde necessário. Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) revelou que a região Centro-Oeste lidera na adoção da agricultura digital, com 80% dos produtores utilizando softwares ou aplicativos. Entre as práticas adotadas, destacam-se a utilização de programas para planejamento anual, controle de fluxo de caixa e indicadores para gerenciamento de máquinas, além de recursos como telemetria, drones e sensores. Rogério Athayde, CTO da keeggo, ressalta que a IA não apenas torna as operações mais eficientes, mas também desempenha um papel fundamental na segurança alimentar global. A tecnologia está transformando o agronegócio, tornando-o mais eficiente, sustentável e resiliente. Aplicações da IA no Agronegócio: 1. Agricultura de precisão: Utilização da IA para analisar dados de sensores, imagens de satélite e drones, monitorando o crescimento de colheitas e otimizando o uso de recursos. 2. Previsão de safras: Algoritmos da IA fornecem dados climáticos, do solo e de cultivo para prever a produção agrícola, auxiliando no planejamento e melhoria das safras. 3. Detecção de pragas e doenças: A IA realiza a curadoria de plantas, identificando sinais de infestação e permitindo uma resposta rápida e eficaz para mitigar danos. 4. Mercado e precificação: Sistemas analisam dados de mercado para ajudar agricultores a tomarem decisões sobre valores a cobrar pelos produtos cultivados. As novas tecnologias no agronegócio estão proporcionando ganhos significativos em eficiência, sustentabilidade e produtividade. Com o uso estratégico, é possível enfrentar desafios globais de segurança alimentar e sustentabilidade, garantindo um futuro próspero para o setor.
Soluções Baseadas na Natureza: Estratégias para Sustentabilidade no Setor Agropecuário
O setor agropecuário, reconhecido como um dos principais emissores de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil, está diante do desafio crucial de promover práticas mais sustentáveis e reduzir suas emissões. Nesse cenário, as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) surgem como uma alternativa promissora, buscando conciliar produtividade agrícola com a preservação ambiental. As SbN compreendem ações voltadas para a proteção, conservação, restauração e gestão sustentável de ecossistemas naturais e modificados. No contexto do agronegócio, essas soluções abrangem práticas como rotação de culturas, consórcio de culturas, uso de adubo orgânico, manejo integrado de pragas, restauração de áreas degradadas e sistemas agroflorestais. Diversas vantagens acompanham a adoção das SbN, incluindo o aumento da produtividade pela diversificação de culturas e a restauração do solo, a redução das emissões de GEE por meio de práticas que sequestram carbono e minimizam o uso de combustíveis fósseis, e a conservação da biodiversidade ao proteger ecossistemas naturais e criar habitats para fauna e flora. Exemplos concretos de SbN no agronegócio incluem a agricultura de precisão, irrigação eficiente, manejo integrado de pragas e doenças, uso de biofertilizantes e bioinsumos, e a gestão sustentável da água. Uma estratégia complementar para incentivar a adoção de práticas sustentáveis é o Pagamento por Serviços Ambientais, que remunera produtores rurais engajados em práticas de preservação ambiental. Reconhecer o papel fundamental dos agricultores na proteção do meio ambiente é crucial para a promoção de boas práticas agrícolas ancoradas nas Soluções Baseadas na Natureza. Para mais informações sobre as vantagens e estratégias das SbN no setor agropecuário, recomenda-se a consulta do documento “Setor Empresarial Brasileiro Rumo às Emissões Líquidas Zero: Estratégias Integradas para Soluções Baseadas na Natureza”, disponível no site do ETHOS (www.ethos.org.br).
O Futuro do Desenvolvimento Agrícola: Destaque para o Significativo Papel dos Bioinsumos
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se recentemente com a diretoria da Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos (Abinbio) para discutir o desenvolvimento e a regulamentação do setor de bioinsumos no Brasil. Durante o encontro, enfatizou-se a relevância crescente dos bioinsumos para o avanço sustentável da agropecuária brasileira. Carlos Fávaro destacou o potencial transformador dos bioinsumos para o futuro da agricultura brasileira, sublinhando que esse é um caminho essencial para o avanço sustentável do setor. O ministro assegurou o apoio contínuo do Ministério da Agricultura e Pecuária ao desenvolvimento dessa área estratégica. A reunião também abordou os benefícios dos bioinsumos para o meio ambiente, a produtividade agrícola e a economia nacional. Com os avanços na indústria de bioinsumos, o Brasil pode almejar uma agricultura menos impactante, mais produtiva e, ao mesmo tempo, contribuir para a geração de empregos e renda. Além disso, o desenvolvimento dos bioinsumos fortalece a independência e soberania do país, reduzindo a dependência de importações. Marcelo Godoy, presidente da Abinbio, ressaltou a importância da colaboração entre os setores público e privado para impulsionar o desenvolvimento sustentável dos bioinsumos. Ele destacou a alinhamento entre a associação e o governo, expressando o compromisso em fortalecer o setor de bioinsumos no Brasil. O que são Bioinsumos? Os bioinsumos são produtos derivados de componentes biológicos, como microrganismos e extratos vegetais. Esses insumos são aplicados na produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agropecuários, potencializando benefícios ambientais em toda a cadeia de produção. Benefícios dos Bioinsumos: Combate a pragas e doenças: Proporcionam um controle mais sustentável de pragas e doenças em comparação aos agrotóxicos tradicionais. Nutrição vegetal: Contribuem para a melhoria da nutrição das plantas, aumentando a produtividade das lavouras. Sustentabilidade: São biodegradáveis e não causam danos ao meio ambiente, tornando-se uma opção mais sustentável para a agricultura. A parceria entre o governo e a indústria de bioinsumos visa fomentar o crescimento desse setor, integrando cada vez mais essas tecnologias ao portfólio de práticas agrícolas.
Os Impactos da Nova Lei dos Pesticidas no Brasil: Ganhos e Perdas
No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 14.785, de 27 de dezembro de 2023, marcando um marco importante após mais de duas décadas de debates e progressos no setor de pesticidas. O principal objetivo é agilizar os processos de registro, uso, importação e fabricação de pesticidas, bem como promover ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A legislação representa um avanço significativo para um setor vital na economia brasileira. Desde a apresentação da proposta em 1999 pelo então Senador Blairo Maggi, o Brasil testemunhou um crescimento extraordinário na produção de grãos, com a legislação anterior datando da década de 80. Agora, com a nova lei, espera-se maior eficiência na aprovação de novas moléculas, tornando o setor mais competitivo e sustentável. Ao longo dos anos, o setor agrícola brasileiro incorporou tecnologias modernas, como carros elétricos, drones, sensores e inteligência artificial, ao mesmo tempo em que desenvolveu uma legislação que reflete os avanços científicos. A nova lei visa reduzir o tempo de liberação de novas moléculas no mercado, impulsionando a inovação e preservando a competitividade. Contrariando a narrativa de que a nova legislação resultaria em mais “veneno no prato”, a lei enfatiza ciência, tecnologia e inovação como a base para práticas mais eficientes e sustentáveis. Com pesquisas e desenvolvimento contínuos, o setor agora possui moléculas mais avançadas e eficazes, reduzindo a quantidade de ingredientes ativos aplicados por hectare e minimizando impactos ambientais. O Brasil, com sua agricultura sustentável, utiliza tecnologias diversas, como o manejo integrado de pragas, controle biológico, rotação de culturas, vazio sanitário, agricultura orgânica e melhoramento genético vegetal. O uso relativo de pesticidas por hectare no Brasil é inferior ao de países europeus, segundo dados da FAO/ONU. Apesar dos vetos presidenciais, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) sinalizou a possibilidade de derrubá-los, visando beneficiar o setor agrícola brasileiro e a sociedade como um todo. Resta esperar que o equilíbrio entre agilidade nos processos e rigor científico seja mantido para garantir um setor agrícola robusto e sustentável.
Senar Ceará Impulsiona Mineralização para Melhor Desempenho em Ovinos e Caprinos
A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Ceará está promovendo a mineralização dos rebanhos ovinos e caprinos no município de Independência. Os produtores locais já adquiriram 22 toneladas de sal proteinado, suprindo as deficiências de macro e microminerais essenciais para funções produtivas e reprodutivas dos animais. Eduardo Barroso, coordenador da ovinocaprinocultura da ATeG do Senar, destaca que a mineralização contribui para que os rebanhos mantenham seu escore corporal, proporcionando resultados positivos tanto na parte nutricional quanto na parte reprodutiva. A iniciativa é resultado da parceria entre o Senar Ceará e o Sindicato Rural de Independência, que têm colaborado para o desenvolvimento da cadeia produtiva de ovinos e caprinos na região dos Inhamuns. O sal mineralizado atua na prevenção de deficiências de sódio, cloro, iodo, manganês, cobalto, cobre, ferro e zinco, suprindo as carências de ovinos e caprinos criados em regime de pasto.