Representantes do governo brasileiro marcaram presença na Conferência sobre Clima e Ar Limpo 2024, promovida pela Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC) das Nações Unidas, em Nairóbi, Quênia, nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro. Durante o evento, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) detalhou a condução do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC/ABC+), principal política pública do país voltada ao desenvolvimento da agricultura sustentável. A conferência, que contou com a participação de 86 parceiros estatais e 83 parceiros não estatais da CCAC, reuniu representantes de governos locais e internacionais, organizações intergovernamentais, ONGs, empresas privadas, instituições financeiras e outros interessados. Os temas abordados nos painéis incluíram as últimas ciências e políticas, melhores práticas e a criação de uma agenda comum para os principais setores emissores de gases do efeito estufa. O diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Mapa, Bruno Brasil, representou o Brasil na conferência, destacando as tecnologias brasileiras sustentáveis, resultados e metas do Plano ABC. Sua apresentação focou em demonstrar como é possível conciliar as necessidades dos produtores com uma atividade economicamente viável e comprometida com a sustentabilidade ambiental, utilizando instrumentos governamentais como o crédito rural e a assistência técnica. Na avaliação da secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Renata Miranda, a participação do Mapa foi expressiva e recebeu um retorno muito positivo. Ela enfatizou que as discussões podem avançar, inclusive com a possibilidade de levar o modelo brasileiro como cooperação para diversos países africanos.
Pesquisa Inovadora Revela Estratégia para Potencializar Fungos no Controle Agrícola
Uma parceria entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos desvendou uma descoberta científica que promete revolucionar o cultivo de fungos com propriedades para controlar insetos considerados pragas na agricultura. Os microrganismos, chamados de entomopatogênicos, têm potencial para aprimorar a produção de produtos biológicos, como micopesticidas, oferecendo uma alternativa econômica e sustentável no combate a pragas e doenças agrícolas. O estudo, liderado por Gabriel Mascarin, analista da Embrapa Meio Ambiente (SP), revelou que o ajuste da pressão osmótica durante o cultivo líquido de fungos, como o Beauveria bassiana, pode ser crucial para ampliar a eficiência na produção desses microrganismos. Essa descoberta potencializa a produção de biopesticidas à base de fungos, superando produtos convencionais disponíveis no mercado brasileiro. Além de aprimorar a produção do Beauveria bassiana, a pesquisa aumentou a resistência dessas células à dessecação, permitindo uma estabilidade prolongada e eficácia mesmo em condições de armazenamento não refrigerado, conforme detalhado em uma patente internacional. Os blastosporos, células fúngicas específicas, revelaram-se tão ou mais letais que os esporos tradicionais, apresentando potencial para infectar insetos-praga de maneira mais eficiente. Essa descoberta sugere uma nova alternativa de ingrediente ativo para futuros micopesticidas. Publicado na revista científica Applied Microbiology and Biotechnology, o estudo destaca a importância da pressão osmótica e do suprimento de oxigênio na alteração do metabolismo, crescimento e morfologia dos fungos. A manipulação desses fatores abre novas possibilidades para a produção de blastosporos com aplicação em biopesticidas e bioestimulantes fúngicos, representando um avanço significativo na agricultura sustentável e no controle biológico de pragas. Além de Mascarin, participaram como autores Jeffrey Coleman (Auburn University, EUA) e Nilce Kobori e Marcos Alan Jackson (USDA/ARS, EUA).
Brasil Quebra Recorde com 16 Novos Mercados para o Agronegócio em Dois Meses
Fechando fevereiro com grande êxito, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) celebra um feito histórico para o setor agroexportador brasileiro. Nos primeiros dois meses de 2024, o Brasil superou 16 barreiras comerciais em 11 países, estabelecendo um bimestre notável na abertura de novos mercados para os produtos do agronegócio. Essa expansão, a mais significativa já registrada em um bimestre na série histórica, supera o ano de 2021, que teve 13 novas aberturas em sete países. As conquistas destacam a importância e o renascimento do Brasil no cenário mundial, contribuindo para o aumento do fluxo comercial e reafirmando a confiança internacional no sistema de controle sanitário brasileiro. Desde o início de 2024, o Brasil conquistou novos mercados para exportação em todos os cinco continentes, incluindo produtos como embriões e sêmen bovinos para Botsuana, gelatina e colágeno para os Estados Unidos, alevinos de tilápia e produtos de reciclagem animal para as Filipinas, entre outros. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destaca que a abertura de novos mercados não apenas gera demanda para a exportação de produtos, mas também cria empregos e oportunidades, impactando positivamente na economia brasileira. Em 2023, o Brasil atingiu a marca histórica de 78 novos mercados em 39 países, com as exportações do agronegócio alcançando US$ 166,49 bilhões, representando 49% da pauta exportadora total brasileira e um aumento de 4,8% em relação a 2022. O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, reforça o compromisso do Brasil em ampliar o comércio agrícola global e conquistar novos mercados, destacando as missões em continentes como a África e a Ásia. Além das novas aberturas de mercado, o bimestre também marcou outras importantes conquistas, incluindo o fim da medida antidumping da China sobre a carne de frango brasileira, acordos para facilitar exportações de carnes para o Egito, habilitações de plantas para a Rússia, reconhecimento sanitário de Omã e a ampliação da área de exportação de carne bovina para o Canadá. Esses resultados são fruto do esforço conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Brasil Fortalece Vínculos com a África do Sul através do Agronegócio
Com a abertura do 17º mercado em 2023, o Brasil continua diversificando suas exportações, reforçando seu compromisso com o agronegócio global. A África do Sul, que já havia aberto dois mercados para produtos do setor no mesmo ano, agora amplia suas importações para incluir uma variedade de produtos brasileiros. Desta vez, o novo mercado inclui itens como pet chews (alimentos mastigáveis para animais de estimação) e subprodutos de origem animal destinados à alimentação de animais. Em uma recente conversa em Asis Abeba, na Etiópia, o presidente Lula destacou a importância histórica e econômica da relação entre o Brasil e o continente africano. Ele ressaltou a conexão cultural e acredita que a África é um espaço extraordinário de futuro para o desenvolvimento global no século XXI. No ano passado, a África do Sul importou mais de US$ 558 milhões em produtos agropecuários do Brasil, com destaque para carnes, madeira, produtos florestais e o complexo sucroalcooleiro, representando 60% do total comercializado. O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, enfatizou que o Brasil continuará ampliando as exportações para os países africanos, planejando missões para intensificar a cooperação e o comércio entre as nações. Essa expansão das exportações é resultado do trabalho conjunto entre o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Agropecuária Brasileira Impulsiona Crescimento Econômico com Recorde Histórico
Em 2023, a agropecuária brasileira desempenhou um papel crucial no crescimento econômico do país, registrando um aumento impressionante de 15,1%, totalizando R$ 677,6 bilhões. Este crescimento, o maior na série histórica da pesquisa iniciada em 1995, teve um impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que cresceu 2,9%, atingindo a marca de R$ 10,9 trilhões. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º). O destaque para o crescimento anual foi a atividade agrícola, impulsionada pelo aumento da produção e ganhos de produtividade. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE) revelou recordes de produção para culturas como soja (27,1%) e milho (19,0%). O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou o papel fundamental do setor agropecuário na atividade econômica brasileira, superando desafios climáticos e volatilidades nos preços das commodities. Ele destacou as medidas de apoio do Governo Federal, incluindo a ampliação de linhas de crédito, abertura de mercados e a geração de empregos. Apesar dos desafios esperados em 2024, o ministro expressou a determinação em continuar trabalhando para impulsionar oportunidades no setor. No contexto econômico nacional, os setores de Serviços e Indústria também apresentaram bom desempenho, com crescimentos de 2,4% e 1,6%, respectivamente. Sob a perspectiva da demanda, o consumo das famílias (3,1%), consumo do governo (1,7%) e exportações (9,1%) foram os principais impulsionadores, enquanto a queda de 1,2% nas importações contribuiu para o resultado positivo. Na comparação do terceiro para o quarto trimestre de 2023, o PIB brasileiro permaneceu estável, e em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 2,1%.